"Os bons ideais aproximam as pessoas que olham o mundo não apenas para si, mas para todos"Rivaldo R. Ribeiro

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29 de agosto de 2014

ARTIGO PUBLICADO NO ANO 2006, NA FOLHA ONLINE SÃO PAULO SOBRE A MONOCULTURA DA CANA DE AÇÚCAR E SUAS CONSEQUÊNCIAS. (Rivaldo R.Ribeiro)

O texto abaixo está do link http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/cjornalista/gd131006.shtml, foi um dos primeiros que escrevi publicado na Folha de São Paulo no espaço CIDADÃO JORNALISTA- Coluna de Gilberto Dimenstein no 13-10-2006 contra as QUEIMADAS EM CANAVIAIS e a monocultura da cana de açúcar. Na época não conhecia blogs e não havia o FACEBOOK.
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E a maioria dos problemas que escrevi naquele artigo estamos vivenciando hoje, um deles a falta de chuva. Não podemos afirmar categoricamente que a SECA que está nos sufocando é causado pela poluição das queimadas nos canaviais que todas as tardes escurecem nosso céu, mas também não podemos afirmar que não seja uma das causas, pois existe uma coincidência que devemos considerar e ciência investigar:  nesses anos os ciclos das chuvas tem mudado gradativamente, anos após ano.
E numa observação e comparação com anos anteriores o que diferenciou foi exatamente a ocorrência monocultura da cana de açúcar e suas QUEIMADAS no nosso interior paulista.

ARTIGO PUBLICADO NA FOLHA:
QUEIMADOS NOS CANAVIAIS PARECEM COGUMELOS ATÔMICOS

"No horizonte a fumaça das queimadas nos canaviais formam nuvens no céu como cogumelos atômicos e nos dá um sentimento estranho, lá os animais que não puderam fugir transformarão em horríveis visões indefinidas: imagens negras de gritos sufocados e contorcidos pelo fogo, e a fuligem trás transtornos as donas de casa e aos alérgicos nas cidades vizinhas.
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Nos campos a terra está fumegante e deserta, a negritude do lugar nos dá impressões que houve realmente ali uma grande explosão, já não existem mais árvores capazes de frutificar, as aves fugiram e o céu esta morto...

O “progresso” baseado na monocultura da cana- de - açúcar com o intuito de aliviar a pobreza ao invés disso a concentra, se for desordenado e não considerar o ecossistema irá comprometer a vida e a sobrevivência de todas as espécies, poderá tornar solos férteis em zonas mortas e improdutivas.
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O cultivo da cana de açúcar é um processo de autofagia: devora tudo em torno de si, terras e mais terras, devoram o húmus do solo que é a matéria orgânica do solo em decomposição que nutri as plantas, impossibilita a reprodução de animais que não encontrarão mais alimentos, das aves que são as predadoras naturais de muitas pragas não terão mais os refúgios nas árvores para seus ninhos, dos pequenos animais como o tatu que tem habitat nas tocas, lebres etc.
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Envolve as pequenas culturas indefesas e o capital humano de toda uma vida, alem dos fatores sazonais dos ciclos econômicos entre uma ascensão rápida e transitória e o declínio, é um progresso que não leva a nenhum beneficio, apenas um imaginário de conquistas de riquezas temporárias, pois sendo o progresso um desejo na vida, como se ela estará morta?
“Segundo um relatório do secretariado da Convenção de Diversidade Biológica da ONU, a Terra está sofrendo a maior extinção de espécies desde o fim dos dinossauros, e que a perda de biodiversidade, em vez de se estabilizar, está cada vez mais acelerado”.
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Além da ameaça nuclear, a humanidade sofre a ameaça da extinção natural, porque nunca soube estabelecer seus limites por causa das disputas econômicas e crescimento desordenado, até quando? Onde estará esta fronteira do desenvolvimento? Não seria a hora de repensar tudo isso, porque já chegamos a ponto de regresso: pois quase tudo que produzimos gera poluição e destruição da natureza, e em conseqüência a inviabilidade da sobrevivência da vida na terra.
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No interior de São Paulo usinas de álcool e açúcar estão sendo instaladas freneticamente, lembrando a mineração e garimpo do ouro na região Carajás (Pará), promovendo a transformação dos campos férteis num deserto verde de cana, prejudicando os pequenos agricultores pela elevação dos preços da terra ou do seu arrendamento, e eles temendo o futuro migrarão para os centros urbanos agravando o inchaço populacional já causado pelos novos trabalhadores destas usinas, com situações fáceis de prever no já caótico panorama social, com novos problemas que vem assustando as famílias, aumento da violência, drogas, inflacionando alugueis e outros serviços, nossas panelas estarão cozinhando gomos de canas invés de arroz e feijão... Quem ganha com isso?
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Será que vale a pena arriscar tanto? Será que não pode haver outra fonte de energia menos destrutiva? Qualquer dia destes o nosso céu ao invés de nuvens, verá apenas fumaça, o ar ficará seco e ardido aos olhos? Valerá a pena? Se abolirem as queimadas ainda fica os prejuízos ao solo como já frisei. Não sei porque tiranizam a natureza com punições injustas...Amar a natureza é amar a humanidade, destruí-la é indiferença à vida, a Deus, e ódio ao homem.
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Chegamos a um ponto crucial e polêmico diante do panorama ecológico do nosso planeta, o efeito estufa nos assando, as calotas polares estão derretendo, a temperatura da terra e dos oceanos está aumentando, as chuvas estão irregulares, os rios estão poluídos, não confiamos mais nas águas dos riachos para matar a nossa sede, não existe uma só cultura livre do agrotóxico, a camada de ozônio abrindo um rasgo no céu, portanto de agora em diante não devemos praticar o desenvolvimento econômico sem olhar destruição da natureza, contrabalançar sem demagogias analisando os pontos positivos e negativos, pois o arrependimento diante de uma lembrança de solos férteis, rios piscosos, nos vai doer muito na consciência.
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Vários pontos polemizam a cultura da cana de açúcar: ela traz o benefício de produzir grande quantidade de postos de trabalho para a mão de obra não qualificada, por outro lado são postos temporários, e pode concentrar está mão de obra em regiões que posteriormente não terão condições de absorve-las, é uma energia renovável e menos poluidora como combustível automotivo, contudo como escrevi acima é uma atividade que vai “bater” muito forte na natureza, a terra onde se cultiva a cana é sugada, desidratada, e de difícil recuperação.
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Acho que a euforia da cana de açúcar é precipitada, até que melhores estudos de todos os ângulos decidam isso, o Brasil tem muita terra, mas não é infinita, e se não for bem estudado tanto no nível socioeconômico e ecológico poderá trazer conseqüências sem exagero, apocalíptica.”,


26 de agosto de 2014

QUEIMADA EM CANAVIAL DE GRANDES PROPORÇÕES NO MUNICÍPIO DE JOSÉ BONIFÁCIO-SP próximo às margens da BR-153



QUEIMADA DE GRANDES PROPORÇÕES NUM CANAVIAL PRÓXIMO A CIDADE DE JOSÉ BONIFÁCIO-SP às margens da BR-153

Os bairros de José Bonifácio-SP próximos a rodovia com certeza foram atingidos pela fumaça e fuligens desse crime ambiental, me perdoem pelo vocabulário, uma MALDIÇÃO que nunca se resolve.
No ART. 225 da constituição está bem claro que esse tipo de queimada não pode ocorrer, poderemos citar apenas um parágrafo crueldade, matança de animais e saúde das pessoas.
Além disso a umidade do ar nesse dia 24/08/2014 na nossa região estava em 11% UM ABSURDO ISSO ACONTECER EM PLENO SÉCULO 21, e nenhuma autoridade ou político diz nada sobre isso.

Haja postinho de saúde para os problemas respiratórios dos idosos, crianças e alérgicos.
Não me venham falar em empregos, isso não é desenvolvimento é retrocesso. DEPOIS RECLAMAM DA SECA QUE ESTÁ CAUSANDO MILHARES DE DESEMPREGOS EM OUTRAS ÁREAS E O MAIS IMPORTANTE A FALTA DE ÁGUA EM VÁRIOS MUNICÍPIOS DO ESTADO.

Os antigos na sua sabedoria diziam que quando ocorria uma seca como essa, que era CASTIGO, talvez seja pelos milhares de animais queimados vivos e uma natureza que grita por socorro e homem não ouve.


VEJAM QUE A REGIÃO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO É QUE APRESENTA O ÍNDICE MAIS CRÍTICO: 11%


18 de agosto de 2014

QUEIMADAS EM CANAVIAIS (Os canaviais se tornam altamente inflamáveis quando ocorre um longo período de SECA) : JOSÉ BONIFÁCIO REGIÃO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO -SP

Mesmo proibido é fácil flagrar as colunas de fumaça vinda das queimadas nos canaviais ao redor da cidade de José Bonifácio,  região de São José do Rio Preto-SP
Dos quatros cantos da cidade nessa semana nós fizemos essas fotos, um prejuízo para fauna, flora e saúde humana.
Estamos vivendo uma seca nunca antes vista no Estado de São Paulo, ela vem ocorrendo com mais força no norte e noroeste do Estado.
 Nesta região onde existem grandes fazendas dessa monocultura, uma ocorrência que deveria ser estudada com responsabilidade por parte do governo,  visto que é uma região com uma densidade demográfica acima de média.  Apenas São José do Rio Preto-SP já beira aos 500 mil habitantes e junto com outras cidades menores formamos milhões de pessoas que sofrem com a poluição e a baixa umidade do ar agravado com essas queimadas.

As plantações de cana de açúcar nesse período seco se torna altamente inflamável em virtude da sua densidade de palhas secas homogênea, que pode se incendiar apenas com uma fagulha de cigarro, caco de vidro, descarga elétrica, pelas altas temperaturas ou criminosas.
Assim nunca estaremos livres da maldição do ar carregado, fuligens e de uma paisagem uniforme e nada bonita de se ver: o chamado deserto verde, mesmo que esteja proibida a queima da palha da cana de açúcar sempre haverá incêndios, visto que estamos vivendo tempos de seca, um fenômeno que vem ocorrendo a cada ano com maior intensidade.

LINK UMIDADE DO AR:
http://www.sigam.ambiente.sp.gov.br/Sigam2/Default.aspx?idPagina=4398
(Obs. Caso a planilha do dia ainda não mostre a umidade do ar, troque o calendário para o dia anterior.)             

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