"Os bons ideais aproximam as pessoas que olham o mundo não apenas para si, mas para todos"Rivaldo R. Ribeiro

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28 de dezembro de 2010

Secretaria do Meio Ambiente divulga ranking ambiental dos municípios paulistas. SÃO JOSÉ DO RIO PRÊTO alcança 88,20 pontos ficando 35º posição. José Bonifácio alcança 80,58 pontos: 131 posição.


A adesão dos municípios ao Protocolo Verde é voluntária. Seu endosso resulta no comprometimento com uma agenda de 10 diretivas ambientais. São elas:
1. Esgoto Tratado
Realizar a despoluição dos dejetos em 100% até o ano de 2010, ou, sendo financeiramente inviável, firmar um termo de compromisso com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, comprometendo-se a efetivar o serviço até o final de 2014.

2. Lixo Mínimo

Estabelecer no município gestão que garanta inexistência de qualquer tipo de disposição irregular de resíduos sólidos e promover coleta seletiva e a reciclagem do resíduo gerado no município.

3. Mata Ciliar
Participar em parceria com outros órgãos públicos e entes da sociedade da recuperação de matas ciliares, identificando áreas, elaborando projetos municipais e viabilizando e execução de outros projetos com este fim.

4. Arborização urbana
Programar, aprimorar as áreas verdes municipais, diversificando a utilização das espécies plantadas e garantir a manutenção destas áreas e o suprimento de mudas destinadas à re-vegetação de áreas degradadas e para arborização preferencialmente de espécies nativas e frutíferas.

5. Educação ambiental

Estabelecer programa de educação ambiental na rede de ensino municipal, promovendo a conscientização da população a respeito das ações da agenda ambiental e participar em parceria das iniciativas da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

6. Habitação sustentável

Definir critérios de sustentabilidade na expedição de alvarás da construção civil, restringindo o uso de madeira nativa, principalmente oriunda da Amazônia e favorecendo o desenvolvimento e a aplicação de tecnologias para economia de recursos naturais.

7. Uso da água

Implantar um programa municipal contra o desperdício de água e apoiar mecanismos de cobrança pelo uso da água em sua bacia hidrográfica, favorecendo e se integrando ao trabalho dos Comitês de Bacia.

8. Poluição do ar
Auxiliar o governo no controle da poluição atmosférica, especialmente no controle das emissões veiculares de fumaça preta nos veículos a diesel da prefeitura e nos prestadores de serviço do município, além de participar de demais iniciativas na defesa da qualidade do ar.

9. Estrutura ambiental
Constituir na estrutura municipal executiva, órgão responsável pela política ambiental, sendo que nos municípios com população superior a 100 mil habitantes seja estabelecida uma Secretaria de Meio Ambiente e garantir a capacitação do corpo técnico que compõe esta estrutura.

10. Conselho de Meio Ambiente

Constituir órgão de representação e participação da sociedade, de caráter consultivo, deliberativo e paritário, envolvendo a comunidade na agenda política administrativa ambiental local.


Veja Pontuação todos municípios:

http://www.cetesb.sp.gov.br/municipioverde/relatorio_2010/default.asp

FONTE:
http://www.ambiente.sp.gov.br/municipioverdeazul/

NOSSO MUNICÍPIO OBTEVE EM 2010: 80,58 PONTOS.
Ficando assim em 131 lugar entre os municípios classificados. 

Veja a relação dos municípios certificados com o SELO VERDE em
Ordem descrecente conforme a sua pontuação


1º SANTA ROSA DE VITERBO 94,31
2º SARUTAIÁ 94,23
3º PAULO DE FARIA 93,54
4º MARTINÓPOLIS 93,16
5º ANHUMAS 92,94
6º ALTINÓPOLIS 92,59
7º SOROCABA 92,47
8º LINS 92,29
9º PONTALINDA 92,09
10º CORONEL MACEDO 92,08
11º TORRE DE PEDRA 92,05
12º NOVO HORIZONTE 91,54
13º PEREIRA BARRETO 91,51
14º TAMBAÚ 91,49
15º TEODORO SAMPAIO 91,23
16º ORINDIÚVA 90,96
17º POTIRENDABA 90,90
18º GUZOLÂNDIA 90,69
19º TAQUARITUBA 90,63
20º JALES 90,60
21º BENTO DE ABREU 90,49
22º SANTA FÉ DO SUL 90,33
23º REGENTE FEIJÓ 90,27
24º FRANCA 90,08
25º ARARAQUARA 89,87
26º VOTUPORANGA 89,52
27º VIRADOURO 89,43
28º ESTRELA DO NORTE 89,27
29º GUARACI 88,89
30º RIOLÂNDIA 88,72
31º GUAIÇARA 88,59
32º SANTO ANTONIO DA ALEGRIA 88,52
33º BERTIOGA 88,36
34º VALPARAÍSO 88,31

35º SÃO JOSÉ DO RIO PRETO 88,20
36º ESPÍRITO SANTO DO TURVO 87,89
37º BORBOREMA 87,80
38º GABRIEL MONTEIRO 87,69
39º BOFETE 87,43
40º POMPÉIA 87,38
41º TUPÃ 87,29
42º LOURDES 87,28
43º ITAPIRA 86,99
44º SANTOS 86,97
45º TAGUAI 86,80
46º ITU 86,57
47º PIRANGI 86,54
48º GUAPIAÇU 86,48
49º ANGATUBA 86,45
50º BARRETOS 86,33
51º GASTÃO VIDIGAL 86,31
52º LUIS ANTONIO 86,31
53º CERQUILHO 86,27
54º ADOLFO 86,22
55º SÃO FRANCISCO 86,12
56º RIBEIRÃO PRETO 85,99
57º PIACATU 85,98
58º TAQUARIVAÍ 85,94
59º ASSIS 85,86
60º MAGDA 85,84
61º GUARARAPES 85,77
62º GARÇA 85,68
63º PALMITAL 85,50
64º DIRCE REIS 85,33
65º IPUÃ 85,22
66º CAIABU 85,20
67º ITAJOBI 85,11
68º TARABAI 85,07
69º FERNANDÓPOLIS 85,05
70º SANDOVALINA 84,80
71º OUROESTE 84,78
72º CRISTAIS PAULISTA 84,59
73º RIBEIRÃO DO SUL 84,57
74º FLORA RICA 84,26
75º AMERICANA 84,25
76º ALFREDO MARCONDES 84,14
77º MONTE ALTO 84,06
78º SANTO ANTONIO DO ARACANGUÁ 83,99
79º SÃO CAETANO DO SUL 83,94
80º NARANDIBA 83,87
81º JUNQUEIRÓPOLIS 83,76
82º LAGOINHA 83,74
83º SALESÓPOLIS 83,65
84º JABOTICABAL 83,65
85º RIBEIRÃO PIRES 83,54
86º SANTA SALETE 83,53
87º PIRAJU 83,53
88º CLEMENTINA 83,44
89º BILAC 83,36
90º COSMORAMA 83,22
91º TUPI PAULISTA 83,16
92º SÃO JOÃO DA BOA VISTA 82,98
93º TANABI 82,91
94º AVANHANDAVA 82,90
95º LORENA 82,84
96º IBIRAREMA 82,73
97º LAVÍNIA 82,70
98º GUARANI D'OESTE 82,51
99º RESTINGA 82,49
100º POPULINA 82,33
101º IRAPURU 82,27
102º MERIDIANO 82,15
103º URUPÊS 82,14
104º CÂNDIDO RODRIGUES 81,91
105º PENÁPOLIS 81,83
106º UBATUBA 81,80
107º CÂNDIDO MOTA 81,75
108º ITAPORANGA 81,74
109º TURMALINA 81,67
110º OSVALDO CRUZ 81,59
111º SANTO ANTONIO DO JARDIM 81,55
112º PARANAPUÃ 81,40
113º SANTO ANDRÉ 81,30
114º TERRA ROXA 81,27
115º PIRATININGA 81,20
116º CEDRAL 81,12
117º TABAPUÃ 80,98
118º ASPÁSIA 80,97
119º CARDOSO 80,96
120º VINHEDO 80,96
121º NHANDEARA 80,91
122º BROTAS 80,85
123º BURITAMA 80,85
124º RINÓPOLIS 80,72
125º NOVA CANAÃ PAULISTA 80,71
126º GUARAÇAÍ 80,69
127º SALMOURÃO 80,69
128º BOCAINA 80,68
129º ÁLVARES MACHADO 80,67
130º PEDRINHAS PAULISTA 80,62
131º JOSÉ BONIFÁCIO 80,58
132º MACATUBA 80,51
133º TRÊS FRONTEIRAS 80,42
134º CAMPINA DO MONTE ALEGRE 80,31
135º SÃO JOÃO DAS DUAS PONTES 80,30
136º ADAMANTINA 80,28
137º MIRA ESTRELA 80,28
138º INDAIATUBA 80,21
139º VALENTIM GENTIL 80,20
140º FERNÃO 80,18
141º IACRI 80,17
142º SÃO PAULO 80,13
143º ESTRELA D'OESTE 80,10

12 de dezembro de 2010

Queimadas nos Canaviais nos arredores da cidade de JOSÉ BONIFÁCIO, região de São José do Rio Preto-SP.


Triste lembrança do ano 2010:
Fotos: Rivaldo R. Ribeiro

As queimadas nos canaviais no município de José Bonifácio-Região de São José do Rio Preto- SP em 2010 nos trás uma triste lembrança.

Um crime ambiental que levou centenas e até milhares de espécies a morte de um  modo cruel : O FOGO. 

Um ato agressivo a natureza que leva a possibilidade da extinção de algumas espécies já ameaçadas.

Além disso a terrível poluição das fuligens que causa doenças respiratórias a população,  e os gases que se acumula na atmosfera agravando  o efeito estufa.

Porque o Ministério Publico não aplica aqui a LEI DA PRECAUÇÃO? Ou o Art. 225 da nossa constituição que está bem claro sobre o assunto. 
E em 2011 voltaremos a conviver novamente com esse incômodo covarde?

Clique nas fotos para ver na forma de SLIDES:
 








Populações de borboletas caem 70% nos campos europeus como resultado da agricultura intensiva

Publicado em dezembro 10, 2010 by HC

As populações de borboletas em campos de toda a Europa estão em declínio, indicando uma perda catastrófica de prados floridos em muitos países do continente.

Dezessete espécies de borboletas encontradas amplamente na Europa, incluindo a Adonis azul e a Lulworth skipper, caíram mais de 70% nos últimos 20 anos, segundo um novo estudo da Butterfly Conservation Europe.

A diminuição drástica do número de borboletas indica uma maior perda da biodiversidade. Muitos outros insetos, como abelhas, moscas-das-flores, aranhas e traças, além de plantas e aves, também vêm desaparecendo junto com a perda das paisagens tradicionais. Reportagem em The Guardian.

A borboleta é uma das espécies com melhor monitoramento de vida selvagem na Europa. A entidade luta para que o inseto seja adotado como indicador agrícola na próxima reforma da Política de Agricultura Comum da UE (CAP, na sigla em inglês), em 2013.

Martin Warren, diretor executivo da Butterfly Conservation (Reino Unido), disse que os dados de 3 mil áreas em 15 países mostraram uma necessidade urgente de financiamento da UE para apoiar o crescimento da agricultura sustentável.

Muitos dos 4,5 milhões de fazendeiros da Romênia, por exemplo, cultivam sob métodos ecologicamente corretos, mas são pequenos demais para se enquadrarem nos pagamentos da CAP.

“Essas pessoas praticam provavalmente a agricultura mais sustentável do mundo, mas não recebem nenhuma ajuda por isso, enquanto que se eles arassem suas terras e as intensificassem, receberiam grandes aportes da UE”, afirma Warren. “Nós precisamos do financiamento da União Europeia para ajudar políticas sócio-econômicas em áreas rurais e para manter os agricultores no campo.”

Os campos europeus ricos em flores, originados por regiões de feno e pasto para o gado por séculos de ocupação humana, estão sendo abandonados, desgastados ou arados por agricultura intensiva, especialmente na Europa Oriental e regiões montanhosas.

Em áreas como as montanhas dos Picos, na Espanha, os agricultores mais tradicionais têm uma média de 80 anos. Seus prados de feno e seus negócios no comércio de leite e queijo estão sendo abandonados pelas gerações mais jovens, por não serem mais rentáveis.

Reportagem de The Guardian, em Estadão.com.br.

EcoDebate, 10/12/2010

http://www.ecodebate.com.br/

10 de dezembro de 2010

O Planeta Agoniza-João Fidélis de Campos Filho*

Países ricos e pobres reunidos em Cancun (México) na décima sexta Conferência da ONU sobre o clima (COP16) colocam sobre a mesa suas divergências numa disputa renhida onde cada centímetro do cabo de guerra puxado pelos oponentes vale milhões de dólares ou muito prestígio político. Em um mundo cada vez mais atento e preocupado com os efeitos nocivos da poluição, o desmatamento e a emissão de gases industriais que têm aumentado a temperatura do planeta, as pressões fluem de todos os setores representativos da sociedade mundial para que se chegue a acordo que amplie as responsabilidades de cada nação. O Greenpeace realizou um criativo protesto esta semana colocando maquetes dos principais símbolos de importantes nações, como a Estátua da Liberdade, a Torre Eiffel, as Pirâmides do Egito, o Cristo Redentor, no mar e deixando-as afundar para demonstrar a indignação com o posicionamento dos governos em relação a um acordo que beneficie o planeta em Cancun.

Como foi dito no início os países ricos permanecem irremovíveis em aderir integralmente ao Protocolo de Kyoto, em especial EUA e China (os vilões da emissão de poluentes) que até agora não assinaram o Protocolo e se negam a fazer a sua parte. Para piorar o Japão, Canadá e Rússia ameaçam a abandonar o acordo, que expira em 2012, se os países emergentes, principalmente China e Índia, não se comprometerem a fazer a parte deles, reduzindo também a emissão. Pelo que se vê nesta queda de braço mesmo as conquistas adquiridas até o momento podem ir por água abaixo.

Por outro lado os países pobres e os emergentes, incluindo aí o Brasil, lutam pela aprovação de um fundo internacional para os ajudarem a se adaptar às novas mudanças climáticas e também os prejuízos com a sua parte no acordo. Estes países culpam as nações desenvolvidas pelo atual estado de deterioração do meio ambiente e cobram deles a doação para o fundo. Este quebra-cabeça tem um apimentado ingrediente neste ano que é a atual crise econômica, cujos efeitos recessivos e alto nível de desemprego na Europa e EUA, levanta reações nacionalistas e provoca desinteresse destas nações em mudanças que afetem ainda mais este quadro.

As pressões de ambientalistas continuam, principalmente agora que os efeitos do aquecimento global têm provocado tantos estragos em todo planeta, com inundações, incêndios, aumento da desertificação, etc. e ocasionando mortes e uma série de catástrofes e mortes. È importante lembrar que os adiamentos de medidas essenciais para a melhoria das condições climáticas podem agravar e acelerar os problemas ambientais do mundo todo, pois sabe-se que apesar das diferenças de raça, cultura, poder econômico e bélico, a população mundial faz parte de um único ecossistema gigantesco e constitui uma aldeia global.

Teme-se que as divergências entre ricos e pobres na COP 16 em Cancun repitam o que aconteceu em Copenhague no ano passado onde os debates não resultaram num compromisso efetivo de redução dos gases estufa. De qualquer fica claro que as medidas não podem ser colocadas em baixo do tapete, pois as conseqüências podem ser drásticas.

João Fidélis de Campos-Cirurgião-Dentista-Votuporanga-SP

6 de dezembro de 2010

Queimada.

Desenho Kleber Ribeiro

De repente, uma fuligem leve e queimada é selecionada pelos longos braços do vento que a arremessa pelo céu já não mais azul. O pequeno resíduo voa involuntariamente como se estivesse finalmente livre do inferno que o aprisionara, o assustara e o transformara em meio as chamas amarguradas de um canavial.

Lembra-se de quando, ainda preso ao chão, admirava os destemidos gaviões, os estranhos urubus e as tagarelas maritacas que, conforme suas características planavam sobre os relevos irregulares das matas e dos solos. Acompanhou o crescimento dos longelíneos pés de cana-de-açúcar. Viu todos se agruparem enquanto se constituíam prontos como uma comunidade unificada. Ineficientes contra o fogo.

As chamas devoravam insandecidamente tudo que estava ao seu alcance, num ato de extremo egoísmo e gula.

Aquilo que antes parecia um belo refúgio, em ardentes instantes, se transformou num labirinto de sofrimento e mortal.

De repente uma fuligem leve e queimada atravessa a fresta de minha janela e aterriza sobre minha mesa. Agora apenas uma poeira, sujeira, um borrão. Antes, talvez, um tamanduá, uma capivara, uma onça ou até mesmo um pé-de-cana.

1 de dezembro de 2010

MISTÉRIOS QUE NOS RONDAM


O gigantismo do Universo foge dos padrões métricos e numéricos que bem conhecemos. Imagine: cada estrela que cintila sobre nossas cabeças é um Sistema Solar. Presume-se que sejam bilhões, talvez trilhões deles. Em 1600, o monge Giordano Bruno foi queimado vivo, por acreditar na existência de “um número infinito de sóis”. Estava certo.

Hoje, a fogueira crepita por dentro de nossas imaginações; nossa ansiedade por desvendar os mistérios. Segundo Marcelo Gleiser, colunista versado nos mistérios interestelares, “o cosmo é um jardim encantado”. Neste, a mão poderosa do Criador agiu com a profícua generosidade de seu coração. Fez do Universo a máxima expressão de seu infinito amor, um paraíso sem limites.

Nele nos colocou. O mais espetacular é a consciência que hoje temos de quão insignificante é nosso território. Diz Gleiser: “nosso Sistema Solar não é único. Pelo contrário, parece que a maioria absoluta das estrelas tem planetas girando à sua volta, se bem que poucos com propriedades da Terra, ou seja, na distância “certa” de suas estrelas para que a água ocorra no estado líquido. Mesmo assim, se apenas 0,1% das estrelas na nossa galáxia tiverem planetas semelhantes à Terra, são ainda em torno de 100 milhões de Terra”. Isso mesmo: cem milhões de planetas iguais ao nosso, numa escala de possibilidades próxima a 0,1%!

Números astronômicos, no seu sentido pleno. Se quiséssemos “visitar” a estrela mais próxima do nosso Sistema, eis alguns dados da viagem: à velocidade da luz (300 mil km por segundo), levaríamos quatro anos e meio para atingir nosso objetivo. Como ainda não possuímos um transporte tão eficiente, tomemos uma sonda espacial terrestre, capaz de atingir a espantosa velocidade de 840 km por segundo. Chegaríamos à nossa vizinha após uma viagem de aproximadamente 78 mil anos. Quer mais?

Isso nos dá um parâmetro do quão insignificante somos diante do Universo que Deus nos deu. Façamos uma escala proporcional. Sendo o Sol uma pequena azeitona, a Terra seria um grão de areia, a uma distancia de 90 cm. A estrela mais próxima estaria a 220 km de distância do nosso “Sol”. Melhor engolirmos essa azeitona!

Como vemos, nossa prepotência e presunção de nos acharmos donos da verdade e maiorais neste universo de mistérios, não tem razão de ser. “A ciência não consegue decifrar o mistério da natureza, porque nós somos parte dele”, disse Max Planck, físico alemão ganhador do Prêmio Nobel de 1918. Mistérios por mistérios, o maior deles ainda é nossa própria existência, o privilégio de conquistarmos, dominarmos, usufruirmos todas as riquezas que nos concede Deus-Pai neste insignificante, porém precioso grão de areia que nos dá guarida. Aqui somos senhores absolutos. Conservá-lo ou destruí-lo, transformá-lo para melhor, depende de cada um de nós. Somos os guardiões desse planeta, o paraíso que Deus nos confiou.

“Vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes. Destes-lhes poder sobre as obras de vossas mãos, vós lhe submetestes todo o universo (Sl 8,6-7)”. Só a fé nos fornece as respostas que buscamos, para compreender nossa odisséia neste universo. Para os povos da Bíblia, a simples contemplação dos mistérios se constituía em matéria de fé e gratidão a Deus. Para o homem moderno, a cegueira de sua pretensa sabedoria impede a visão do óbvio, o milagre da Criação. “Narram os céus a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos” (Sl 18,20).

WAGNER PEDRO MENEZES -Assis-SP


Blog. http://wmeac.blogspot.com/

29 de novembro de 2010

O QUE SÃO TRANSGÊNICOS?

Clique nos links abaixo e fique por dentro sobre os alimentos transgênicos, um problema pouco divulgado pela mídia, mas conforme a ONG GREENPEACE é muito grave, pode trazer danos a nossa saúde e um total desequilíbrio para o meio ambiente.

PAGINA INICIAL SOBRE OS TRANSGÊNICOS:

http://www.greenpeace.org/brasil/transgenicos/

28 de novembro de 2010

É preciso planejar com urgência o zoneamento agroambiental da Monocultura da cana-de-açúcar em São Paulo.

      Clique nas fotos para ampliar:

    Foto registrando a Poluição das queimadas ao fundo da cidade de José Bonifácio-SP: região de São José do Rio Preto.

Alem das queimadas naturais, acidentais e criminosas para facilitar o desmatamento.

Nós paulistas ainda temos que conviver com as queimadas também criminosas nos canaviais, o governo esqueceu que o Estado de São Paulo é o Estado que tem a maior densidade demográfica, e isso agrava os problemas de saúde obviamente em maior numero de pessoas.

Portanto pode-se dizer que quase toda a população do interior paulista vem sendo sufocada com a poluição causada pela queima da palha da cana.

Alem disso na regiao de São José do Rio Preto-SP que é uma das mais populosas do Estado,a maioria da cidades dessa região é servida pelo Aquifero Guarani que corre o risco de ser contaminado pelos agrotóxicos da monocultura da Cana de Açucar, atividade que se concentra da vez mais nessa região.

A promessa da mecanização pode melhorar, entretanto nunca irá solucionar o perigo das queimadas, pois os canaviais têm grande facilidade para se incendiar. Será um risco constante a uma tragédia, pois estamos diante de um fogo rápido e difícil de dominar.

Na  região de São José do Rio Preto-SP(Norte do Estado de São Paulo) inúmeros incêndios foram registrados como acidentais e criminosos, ou espontâneos por causa da seca prolongada que atinge a região ano após ano.

Seca que pode ter origem na quantidade de gases que sobem à atmosfera originados destas queimadas. Esses gases influem na pressão atmosférica e contribuem para baixa umidade do ar, desviando as frentes frias que vem do sul do país, estudo nesse sentido já foi feito em MS.

Alem da grande mortandade de animais carbonizados, é uma monocultura altamente modificadora dos biomas locais, pois modifica a fauna(morte de animais), flora(desmatamentos e incendios) e os rios(Sugados para irrigação).

E não podemos esquecer como já citei acima, que as grandes fazendas de cana de açúcar estão exatamente sobre um importante aqüífero: O Aquifero Guarani que supri de agua potável a milhões de pessoas, nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás. E nos países Paraguai, Uruguai e Argentina.



O governo precisa pensar com urgência em um zoneamento agroambiental para que essa monocultura não aumente ainda mais a sua rejeição e antipatia das populações que sofrem seus efeitos negativos.

Mais duas usinas serão construídas na região de São José do Rio Preto.

A TV-TEM de São José do Rio Preto divulgou em setembro desse ano a construção de Duas usinas, uma em Brejo Alegre, outra em Promissão por um grupo estrangeiro Indiano, que irá proporcionar mais plantio de cana de açúcar na região, uma preocupação a mais com o já comprometido meio ambiente.

Serão gerados cerca 1,2 mil de empregos, uma noticia que não é necessariamente um alento, pois não leva o Brasil a um desenvolvimento sustentável, é uma indústria altamente dependente da água, tanto das chuvas como dos rios. Um paradoxo sendo o setor sucroalcooleiro uma das causas das alterações climáticas e assoreamentos dos rios.

Por falar nisso veja:
Condições de trabalho na India.


19 de novembro de 2010

Biocombustíveis fazem mais mal ao clima que fósseis, diz estudo.

Cultura de cana de açucar.

Estudo mostrou que o biocombustível adicional a ser usado na Europa ao longo da próxima década irá gerar entre 81 e 167 por cento a mais de dióxido de carbono do que os combustíveis fósseis.

Os planos europeus de promoção dos biocombustíveis levarão os agricultores a converterem 69 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa em lavouras, reduzindo a oferta de alimentos aos pobres e acelerando a mudança climática, segundo um relatório divulgado por ambientalistas na segunda-feira.

De acordo com esse estudo, o biocombustível adicional a ser usado na Europa ao longo da próxima década irá gerar entre 81 e 167 por cento a mais de dióxido de carbono do que os combustíveis fósseis.

Nove entidades ambientais chegaram a essa conclusão depois de analisarem dados oficiais relativos à meta da União Europeia de que até 2020 os combustíveis renováveis representem 10 por cento do total usado em transportes no bloco.

A equipe energética da Comissão Europeia, que formulou tal meta, argumentou que o impacto não será tão grande, porque os biocombustíveis serão extraídos principalmente de plantações em terras agrícolas atualmente abandonadas na Europa e na Ásia.

Novas estimativas científicas lançadas neste ano colocam em dúvida a sustentabilidade da meta dos 10 por cento, mas autoridades energéticas da UE afirmam que apenas dois terços da meta será alcançada pelos biocombustíveis, e que veículos elétricos, alimentados por fontes renováveis, oferecerão um equilíbrio.

No entanto, estratégias nacionais de energias renováveis publicadas até agora por 23 dos 27 países da UE mostram que até 2020 9,5 por cento dos combustíveis usados nos transportes devem ser biocombustíveis, e que 90 por cento disso virá de cultivos alimentares, segundo o relatório.

O debate gira em torno de um novo conceito, conhecido como "mudança indireta do uso fundiário."

Basicamente, isso significa que transformar uma lavoura de grãos em cultivo de matéria-prima para biocombustíveis fará alguém, em algum lugar, passar fome, caso essas toneladas de grãos a menos não passarem a ser cultivadas em outro lugar.

Os fundamentos econômicos sugerem que esse déficit alimentar seria suprido com a ampliação da fronteira agrícola para áreas tropicais, o que implicaria a destruição de florestas -- um processo que pode gerar enormes emissões de gases do efeito estufa, pela queima ou apodrecimento das árvores, revertendo eventuais benefícios que os biocombustíveis deveriam trazer.

O relatório diz que a estratégia da UE para os biocombustíveis poderia gerar 27 a 56 milhões de toneladas adicionais de gases do efeito estufa por ano. No pior cenário, isso seria equivalente a colocar 26 milhões de carros nas estradas europeias, diz o estudo.

Produtores tradicionais de biocombustíveis argumentam que a UE não deveria alterar suas políticas de promoção dos biocombustíveis levando em conta as novas estimativas científicas, porque estas ainda são incertas.

"Qualquer política pública baseada em resultados tão altamente contestáveis seria facilmente desafiada na Organização Mundial do Comércio," disse o representante da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Emmanuel Desplechin.
FONTE:
COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

15 de novembro de 2010

Somos praga no planeta? Artigo de Maurício Gomide Martins

Praga tem diversas acepções, mas a definição objeto de nossas considerações é simplesmente a que se refere à quantidade excessiva de um fator num sistema, desqualificando o próprio sistema. Em outras palavras: presença em quantidade superior à que um sistema coeso consegue suportar. Essa situação só pode ocasionar o desequilíbrio entre as forças de qualquer ambiente, causando o desarranjo harmônico entre as partes e, consequentemente, o caos.

Sobre esse princípio são construídas as principais máquinas destrutivas para a guerra. Um exemplo simples é o da granada. Contido em espaço restrito, numa situação de estabilidade, basta o conteúdo ser transformado em gás para que ele cumpra sua missão química de expansão, causando a desordem pontual e suas calamitosas conseqüências. O poder destrutivo da granada se deve à extrema rapidez – praticamente instantânea – da ocorrência das fases do processo.

No campo biológico, ocorre o mesmo roteiro apontado acima, só que em tempo muito mais lento. O dano, no entanto, pode ser considerado equivalente.

Quando um agricultor verifica que apareceram insetos sugadores (digamos, o percevejo verde) em sua lavoura de soja, contrata um agrônomo para cuidar do problema. O profissional comparece ao campo de plantio e faz uma análise da situação. Colhe uma amostra estratificada e faz seu ajuizamento, no qual pondera diversas circunstâncias: tamanho e estágio vegetativo da lavoura, índice da incidência dos insetos, cálculos sobre capacidade de produção, custos diversos, etc. Após ponderar os dados obtidos, formará um juízo técnico para a ocasião.

Poderá dizer ao agricultor que nada deve ser feito no combate aos insetos no momento. Acrescentará, naturalmente, que a invasão ainda não constitui uma ameaça à lucratividade da colheita estimada. Seu veredito vale para aquela visita, em função do aspecto econômico. Suas análises semanais posteriores guiarão as conclusões parciais ou definitivas.

Enquanto o agrônomo trabalha, os hóspedes indesejados, inocentes e alheios a tudo, continuam no seu labor natural de vida. Estão ali, num campo farto de alimento e cumprem o objetivo natural da reprodução. O instinto não lhes informa nem eles são capazes de medir as conseqüências do crescimento populacional. Prosseguem o roteiro natural, em obediência ao imperativo genético. Não sabem que, ao atingirem certo índice de infestação, o agrônomo decretará a mudança do seu nome: de percevejo para praga, nome genérico terrível que iguala todos os seres que se atrevam a serem protagonistas do desequilíbrio ambiental.

A reação será violenta. É uma situação extrema de luta de vida ou morte. Nessa qualificação de praga, a decisão do profissional não mais será a de tolerância, mas a de combate mortal com uso de todo o arsenal disponível, inclusive o químico. Assim, a tragédia da mortandade naquele ambiente agrícola será irreversível. Os agrotóxicos varrerão da vida todos os habitantes da cultura, inclusive os inocentes insetos benéficos que ali estavam tentando manter o equilíbrio biológico.

Se tal lavoura fosse deixada ao seu próprio destino, sem assistência do profissional, o prejuízo para o lavrador seria total. Como fonte alimentícia para o percevejo, tenderia ao esgotamento total, levando à inanição e morte toda a comunidade hospedeira. As disponibilidades ambientais se extinguiriam e a situação mudaria para um estado caótico em que a tragédia não pouparia ninguém e somente a Natureza saberia como estabilizar.

O animal humano, que se faz representar em todo o globo por sua população de quase 7 bilhões de indivíduos, com sua visão egoística e interferindo na dinâmica ecológica da terra, dos rios, dos mares, da atmosfera, provoca os mesmos danos que o percevejo da soja. A diferença é que, no exemplo citado, fizemos um enfoque no trabalho de um agricultor mantendo um objetivo produtivo. Já no enfoque da situação real por que passa o planeta em seus recursos, a fome dos humanos é contínua e geometricamente cumulativa: fome alimentícia; fome de lucro; fome de comodismo; fome de grandeza; fome de supérfluos; fome de entesouramento. Segundo os cálculos atualizados, as ações humanas retiram do planeta 40% a mais do que ele consegue disponibilizar pela dinâmica natural.

Há, portanto, uma queima de capital, um déficit de recursos, uma desproporcionalidade, um desequilíbrio ambiental gravíssimo. Estamos gastando o futuro para o qual nossos descendentes nascerão munidos da vã esperança de viver em ambiente sustentável.

Alguns animais demonstram possuir um instinto muito mais eficiente que a inteligência humana. Ante a visão crítica de uma superpopulação, certos animais procedem de modo inteiramente racional. O lemingue do norte-europeu resolve o problema com o suicídio em massa. As abelhas excedentes de uma colméia abandonam o lar numa revoada incerta, procurando formar nova colônia. As lulas entram em coma pré-morte sobre seus próprios ovos, numa fantástica demonstração de renúncia à vida-elo em beneficio à vida-corrente.

Não estamos recomendando suicídio a ninguém, mas sugerimos que o animal humano tem a capacidade mental de equacionar e solucionar seus problemas existenciais. Ainda há um tempo curtíssimo, mas alertamos que aos poucos ele se esvai, e a solução se tornará impossível.

Considerada a pegada ecológica, a população mundial equivale, no mínimo, a 100 vezes seu número nominal. Por isso, mudamos de nome. Não somos mais o animal racional, o rei dos seres vivos, o centro do universo; somos simplesmente praga. Deixamos de ser animais racionais para sermos predadores da própria mãe Terra, aquela que nos fornece, com amor e ternura, abrigo, alimento, vida.

Dois fatores incisivos nos levam a essa situação trágica: o antropocentrismo e a ganância. Nós nos esquecemos que o ecossistema inclui a biodiversidade e que nossa individualidade é transitória. Nós, como animal humano, não somos indivíduos, somos a humanidade, parte do todo planetário.

Nessa situação, só nos resta aguardar que um agrônomo celestial venha salvar a Vida planetária, tirando-nos a existência e toda a riqueza material que, paradoxalmente, teimamos em acumular.

Somos praga no planeta. Não aceitamos esse nome, pois o egocentrismo de espécie cega nossa razão. Contudo, essa cegueira não impede que sejamos praga e, nessa qualidade, já selamos nosso destino.

Maurício Gomide Martins, 82 anos, ambientalista e articulista do EcoDebate, residente em Belo Horizonte(MG), depois de aposentado como auditor do Banco do Brasil, já escreveu três livros. Um de crônicas chamado “Crônicas Ezkizitaz”, onde perfila questões diversas sob uma óptica filosófica. O outro, intitulado “Nas Pegadas da Vida”, é um ensaio que constrói uma conjectura sobre a identidade da Vida. E o último, chamado “Agora ou Nunca Mais”, sob o gênero “romance de tese”, onde aborda a questão ambiental sob uma visão extremamente real e indica o único caminho a seguir para a salvação da humanidade.


Fonte:Portal EcoDebate Cidadania e Meio Ambiente

23 de outubro de 2010

Uso das águas do rio São Francisco na Paraíba: crônica de um insucesso anunciado, artigo de João Suassuna.

“Quem tem água tem tudo!”….. Será?

[EcoDebate] No início do mês de outubro, fomos convidados para participar da III Semana de Geografia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), campus de Cajazeiras, proferindo uma conferência sobre a hidrologia do Nordeste seco, com enfoque na transposição do rio São Francisco. Na ocasião, com vistas a conhecermos e avaliarmos melhor o estágio em que se encontra o projeto da transposição na Paraíba, a UFCG nos possibilitou uma visita ao canteiro de obras, localizado no município de São José de Piranhas, distando cerca de 32 km de Cajazeiras.

Nessa visita, fomos acompanhados por representantes do sindicato dos trabalhadores rurais de São José de Piranhas, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), e de professores da referida universidade. Nas obras, pudemos verificar o ritmo acelerado em que se encontram, o que nos motivou a refletir sobre as consequências que serão impostas ao ambiente natural do Semiárido paraibano, quando da chegada das águas do São Francisco naquela região.

Inicialmente, procuramos manter contatos com alguns produtores rurais da localidade Curral das Onças, por onde passará o canal do Eixo Norte do projeto, para ouvir deles suas expectativas quanto à chegada das águas nas suas propriedades. O que pudemos constatar foi a existência de unanimidade na expressão “quem tem água tem tudo”. Em nossa opinião, não é bem assim que as questões hídricas devam ser encaradas naquela região, principalmente sendo ela detentora de ambiente natural de notável singularidade no tocante à sua vegetação do tipo caatinga, a sua geologia cristalina e um clima diferenciado, com irregularidade nas chuvas, temperaturas elevadas e evaporação exacerbada. Temos que questionar, sim, esse tipo de assertiva, principalmente partindo de pessoas que não possuem os mínimos conhecimentos técnicos necessários à condução de práticas irrigacionistas, dentro de parâmetros técnicos adequados, notadamente em uma região de geologia e clima extremamente complexos como os ali existentes.

Do jeito que essas questões estão sendo postas pelos agricultores, parece-nos existir uma enorme desinformação, não só sobre o percurso que as águas irão realizar até a chegada na referida localidade, mas, e principalmente, sobre as conseqüências que uma irrigação mal conduzida será capaz de trazer ao ambiente natural da região. No nosso modo de entender, diante das características ambientais e da falta do conhecimento técnico necessário à condução dos sistemas produtivos, isso irá acarretar um enorme fracasso, quando as águas do Velho Chico começarem a chegar àquela localidade e, posteriormente, serem utilizadas na irrigação.

Existe também outro complicador a ser considerado, que é a falta de clareza no projeto, no que diz respeito à forma de como as águas irão chegar às torneiras das populações. O que está claro é que as águas do São Francisco irão abastecer as principais represas nordestinas, após o que, serão utilizadas no agro e hidronegócio. O dimensionamento dos canais, com suas capacidades de transportar grandes volumes de água, dão provas disso.

Para chegarem ao extremo oeste paraibano, por exemplo, as águas do rio São Francisco terão que, necessariamente, percorrer dois túneis que estão em fase de construção. No primeiro (Cuncas 1- com cerca de 15 km de comprimento), as águas virão do município de Maurití, no estado do Ceará, passarão por sob o município de Monte Horebe, no estado da Paraíba, e desembocarão na Represa dos Morros, a qual está sendo construída próxima ao município de São José de Piranhas. Uma vez nessa represa, as águas serão conduzidas para um segundo túnel (Cuncas 2 – com cerca de 4,5 km de comprimento) para chegarem em Cajazeiras e, de lá, continuarem seu destino para os estados do Ceará (abastecendo a represa do Castanhão, na bacia do Jaguaribe) e Rio Grande do Norte (abastecendo as represas Santa Cruz, na bacia do Apodí e Armando Ribeiro Gonçalves, na bacia do Piranhas-Açu).

Além de dar uma idéia da magnitude do projeto, o propósito desse relato foi o de, também, denunciar os usos inadequados que serão dados às águas do rio, notadamente por aqueles que se iludem ao acreditar que o sucesso da irrigação está no acesso, puro e simples, à água e nada mais. Sob esse aspecto, a transposição na Paraíba poderá se somar aos insucessos havidos em outras regiões semiáridas do Nordeste. Referimo-nos aos reassentamentos de populações, ocorridos quando da construção do lago da hidrelétrica de Itaparica, sob a responsabilidade da Chesf. Naquela obra, populações inteiras que sobreviviam nas margens do rio São Francisco, com a irrigação, principalmente das culturas da cebola e do alho, produzidas sobre solos de aluvião, passaram, após o enchimento da represa, a ocupar terras mais elevadas e distantes de sua cota máxima de represamento, ou seja, as novas áreas de plantios irrigados passaram a ser localizadas sobre terrenos de geologia cristalina. Nessas novas áreas, os solos, em sua grande maioria, se apresentavam pedregosos e com níveis de fertilidade bastante inferiores quando comparados aos solos de aluvião, citados anteriormente. Esses problemas surgidos chegaram a obrigar alguns produtores rurais a mudarem seus sistemas produtivos, muitos deles passando a criar pequenos ruminantes (caprinos e ovinos), em substituição às culturas irrigadas. Alguns produtores conseguiram se adaptar a estas novas iniciativas, outros não.

O caso dos produtores em São José de Piranhas é semelhante ao que foi exposto acima. Nas conversas mantidas com eles, isso ficou muito claro. No sítio Curral das Onças, por exemplo, a área produtiva da propriedade ficava localizada em uma região de baixio, cujas características dos solos (aluvião) permitiam ao produtor, colheitas satisfatórias, principalmente do arroz, da mandioca, do milho e do feijão. Segundo podemos constatar, essa área era considerada a de maior riqueza da propriedade, devido não apenas a sua fertilidade natural, adquirida ao longo de eras, mas, e principalmente, pela existência de índices adequados de umidade, necessários ao sucesso de produção das culturas. Ocorre que essas áreas férteis e produtivas nessa propriedade irão ficar submersas com a construção da Represa dos Morros. Indagado sobre as expectativas da chegada das águas do rio São Francisco em sua propriedade, o produtor respondeu que estava para receber uma indenização, e que iria iniciar um trabalho de irrigação numa área mais altas da propriedade, e esperava, com essa mudança, colher produções semelhantes àquelas obtidas em seus baixios. Ora, não demoramos muito para concluir que as possibilidades de insucessos nessas novas investidas eram muito elevadas. De característica geológica cristalina, a parte mais alta de sua propriedade apresenta solos de difícil drenagem. Somadas a essas dificuldades, à presença de condições climáticas severas, que implicam em elevados índices de evapotranspiração, e a condução de uma irrigação contínua e sem a assistência técnica necessária, são apontadas como a receita para o início de um processo severo de salinização daquela área.


Alertamos que foram as dificuldades de se proceder às drenagens no Nordeste seco, as principais causas da salinização em cerca de 30% das áreas dos perímetros irrigados do DNOCS. A salinização será, sem dúvida alguma, a conseqüência mais severa a ser imposta pelo projeto, ao meio ambiente em São José de Piranhas, por aqueles que vêm na irrigação uma atividade simples, cuja condução se restringe, única e exclusivamente, a se “colocar a água no pé das plantas” e nada mais. Em tais casos, tem que haver a preocupação com outras condicionantes de igual importância, como as drenagens e as qualidades das águas e dos solos, entre outros.


Isso posto, fica o nosso alerta, para aqueles que estão sendo indenizados pela passagem dos canais em suas propriedades, sobre a necessidade de se contar com uma assistência técnica de bom nível, para as orientações necessárias à implantação de sistemas alternativos de produção, em substituição às irrigações que vinham sendo praticadas anteriormente. Essa será a forma de se minimizar os problemas que serão causados por um projeto que foi dimensionado, prioritariamente, para o benefício do grande capital.

Recife, 21 de outubro de 2010

João Suassuna, articulista do EcoDebate, é Engº Agrônomo e pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco.

EcoDebate, 22/10/2010


FONTE: PORTAL ECODEBATE-Cidadania e Meio Ambiente

18 de outubro de 2010

Abraço na natureza.

Rivaldo R.Ribeiro-José Bonifácio-SP.
Foto Kleber Ribeiro

Essa foto é um exemplo para todos nós, um recado da mãe natureza que não limita espaço algum para seus filhos, é um recado que todos poderemos viver em PAZ se soubermos dividir e reconhecer o espaço que couber a cada um de nós.


As divisões e lutas por espaços cada vez maiores nos leva a ficar sozinhos, porque as distâncias irão ficar maiores e será impossível  um abraço fraterno e amigo como parece dessas duas arvores.


Talvez os vegetais compreendam melhor a vontade de Deus do que nós, por isso que eles nascem e vivem sempre em grupos formando jardins e florestas em harmonia.

26 de setembro de 2010

LIMITES DAS CIDADES...

Essas fotos são de um bosque que já está sendo engolido pelo desenvolvimento da cidade de José Bonifácio-SP. Veja que uma rua do loteamento passa a margem dessa reserva legal, que foi vitima de uma queimada que por pouco não causa um desastre maior. O fogo foi debelado com a ajuda do Corpo de Bombeiros, Populares e um caminhão pipa de uma Usina de álcool.

Não se sabe se foi criminoso ou instantâneo, mas de qualquer forma a presença humana colaborou para que o fato ocorresse.
                            CLIQUE NAS IMAGENS PARA AMPLIA-LAS...












Fotos Rivaldo R.Ribeiro

13 de setembro de 2010

UM ALERTA! Quem não se adaptar irá conseguir sobreviver?


O aumento do calor por causa do aquecimento global está levando as pessoas a fugirem de uma realidade que no futuro pode ser cruel se não estiverem adaptadas.

O comodismo que tem origem nos altos padrões de vida de muita gente pode ser um tiro pela culatra. Instalam aparelhos de ar condicionado em todo canto: nos apartamentos, ambientes de trabalho, veículos etc. Mas isso pode nos impedir de uma necessária adaptação para um novo clima que se prenuncia.

Notei essa diferença quando vi que alguns colegas sentiam muito calor como se estivessem diante de uma fornalha, sendo que naquele momento eu sentia apenas calorzinho suportável, e eu não gosto de aparelho de ar condicionado...

Resolvi pesquisar outros colegas e fazer a comparação entre os “refrigerados” e os que apenas se refrescavam com ventiladores. Cheguei à conclusão que os “refrigerados” realmente sentiam muito calor no verão, a tal ponto de chegarem à beira de um colapso.

Isso também podemos comprovar fazendo uma comparação entre os povos que vivem em paises frios, e os que vivem nos paises tropicais como o Brasil. O turista desses paises sente muito a diferença no clima quando viajam para outras paragens longe de seu habitat natural.

Essa adaptação segundo os cientistas está havendo em todos os ecossistemas.

E os humanos vão continuar fugindo e se escondendo atrás de sua tecnologia de “refrigerados”, que em nada pode contribuir para sua adaptação para uma nova temperatura que se desenha no horizonte como apocalíptica?

É um drama que não iremos escapar, pois vivemos todos num mesmo planeta que nós condenamos por causa da insensibilidade, egoísmo, ganância de uma minoria que sempre foi alicerçada no apoio da maioria cega e desesperada pela fome e seus empregos.

Rivaldo R.Ribeiro-José Bonifácio-SP.

MAIS INFORMAÇÕES...

31 de agosto de 2010

QUEIMADAS EM CANAVIAIS-JOSÉ BONIFÁCIO-SP

Imagens de queimadas nos canaviais no município de José Bonifácio-SP. 









O resultado final das queimadas é um grande prejuízo a fauna(muitos animais mortos), a flora( desmatamento e a modificação dos biomas atingidos prejudicando as espécies já adaptadas)
E conforme mostra a foto abaixo os gases que formam na atmosfera, colaboram para o aquecimento global, chuva ácida e um grave problema de saúde as pessoas das cidades vizinhas. 

25 de agosto de 2010

SINAIS NO CÉU

Eu dirigia pela avenida Bandeirantes rumo de casa, estava estressado e queria paz e sossego , mas não imaginava que ao olhar para o horizonte os sinais no céu me chamariam a atenção.

Olhando entre os prédios e árvores eu via a frente o que pareciam nuvens de chuva, entretanto o período que estamos atravessando é de muita seca. As chuvas pelo jeito que o clima anda sinaliza que  não vai aparecer tão cedo... E uma das prováveis causas da seca na região são as fumaças das queimadas que podem afastar as nuvens de chuvas.

Peguei minha câmera digital e comecei a registrar as "nuvens" de fumaça que se originavam  de uma  queimada próxima a nossa cidade (José Bonifácio-SP.)

Um problema que vem se agravando, pois é nociva a natureza, matando animais e destruindo espécies, polui a atmosfera e causa várias doenças respiratórias em crianças, idosos, alérgicos e pessoas de baixa resistência.

Estamos vendo a transformação de pequenos biomas por causa da proliferação da monocultura da cana de açúcar e suas queimadas. Além de prejudicar a fauna e flora, o clima da nossa região está modificado. Ano após ano os períodos de seca vem aumentando, e as chuvas quando chegam são torrenciais e quase sempre em forma de tempestades.

Ai podem afirmar: mas o aquecimento Global está piorando pela poluição no mundo todo. Sim em cada parte do mundo existe uma causa para essa tragédia climática. E aqui na nossa região a mais visível e poluidora são as queimadas nos canaviais e o deserto verde da monocultura da cana de açúcar. 
É só ver os sinais no céu...   

Clique nas fotos para vê-las em forma de slides:










Nuvens de gases aproximam da  cidade, sinto algo estranho ... é como se estivéssemos vivendo uma guerra química...
OBS. As duas fotos em seguida é o fundo do condomínio Terra Nostra, bairro de José Bonifácio-SP



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As fotos abaixo são do alto do Jardim Aclimação.








Fotos : Rivaldo R. Ribeiro

24 de agosto de 2010

QUEIMADAS AGRÍCOLAS: COMPOSIÇÃO FÍSICA E QUÍMICA NA FUMAÇA DAS QUEIMADAS.




Fotos de uma queimada e o resultado das fuligens nos quintais das moradias 
(Foto Rivaldo R.Ribeiro- Arquivo)


A fumaça, as fuligens agridem o meio ambiente e é prejudicial à saúde da população.
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Agressão à saúde –

Segundo artigo do médico e professor universitário José Carlos Manço, mais de 70 produtos químicos já foram identificados na fumaça resultante das queimadas, sendo que muitos desses produtos são tóxicos ou têm ação cancerígena. De modo geral, os componentes básicos da poluição atmosférica resultante das queimadas são:
Material particulado –
Mais de 90% da massa de partículas encontradas na fumaça produzida pela queima de produtos vegetais, como é o caso das queimadas nos canaviais e das queimadas urbanas, consiste de partículas finas, justamente a fração de material particulado (MP) que maior prejuízo traz à saúde. Essas partículas medem menos do que 10 micrômetros (milésima parte do milímetro), são invisíveis a olho nu, e podem ser levadas para dentro dos pulmões através do ar inalado na respiração. As partículas maiores não chegam a penetrar profundamente no aparelho respiratório, pois ficam retidas nas narinas e nas vias aéreas superiores, mas nem por isso deixam de ser prejudiciais. As partículas maiores, visíveis a olho nu, representam o “carvãozinho” que se deposita no chão e nos objetos quando ocorrem queimadas.
Substâncias cancerígenas –
As partículas descritas acima contêm, além do elemento carbono (principal constituinte do carvão), um número muito elevado de substâncias químicas, que formam o grupo de Material Orgânico Particulado (MOP).

A combustão de matéria orgânica, como nas queimadas, é uma das principais fontes do MOP encontrado na atmosfera. Entre as substâncias presentes no MOP, há os compostos conhecidos pelo nome de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs), muitos deles com propriedades carcinogênicas (causadoras de câncer), como é o caso do Benzopireno, Benzofluoranteno, Benzoantraceno e Benzofenantreno.
Gases tóxicos –

As queimadas lançam na atmosfera gases tóxicos tais como aldeídos (vários), dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio e monóxido de carbono. Sob a ação da irradiação solar, o monóxido de carbono, na presença de óxidos de nitrogênio e outros produtos orgânicos (hidrocarbonetos), sofrem reação química formando ozônio (O3), que é um gás extremamente tóxico e irritante para as mucosas e o aparelho respiratório.

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