"Os bons ideais aproximam as pessoas que olham o mundo não apenas para si, mas para todos"Rivaldo R. Ribeiro

RINDAT: Descargas Atmosféricas

29 de novembro de 2010

O QUE SÃO TRANSGÊNICOS?

Clique nos links abaixo e fique por dentro sobre os alimentos transgênicos, um problema pouco divulgado pela mídia, mas conforme a ONG GREENPEACE é muito grave, pode trazer danos a nossa saúde e um total desequilíbrio para o meio ambiente.

PAGINA INICIAL SOBRE OS TRANSGÊNICOS:

http://www.greenpeace.org/brasil/transgenicos/

28 de novembro de 2010

É preciso planejar com urgência o zoneamento agroambiental da Monocultura da cana-de-açúcar em São Paulo.

      Clique nas fotos para ampliar:

    Foto registrando a Poluição das queimadas ao fundo da cidade de José Bonifácio-SP: região de São José do Rio Preto.

Alem das queimadas naturais, acidentais e criminosas para facilitar o desmatamento.

Nós paulistas ainda temos que conviver com as queimadas também criminosas nos canaviais, o governo esqueceu que o Estado de São Paulo é o Estado que tem a maior densidade demográfica, e isso agrava os problemas de saúde obviamente em maior numero de pessoas.

Portanto pode-se dizer que quase toda a população do interior paulista vem sendo sufocada com a poluição causada pela queima da palha da cana.

Alem disso na regiao de São José do Rio Preto-SP que é uma das mais populosas do Estado,a maioria da cidades dessa região é servida pelo Aquifero Guarani que corre o risco de ser contaminado pelos agrotóxicos da monocultura da Cana de Açucar, atividade que se concentra da vez mais nessa região.

A promessa da mecanização pode melhorar, entretanto nunca irá solucionar o perigo das queimadas, pois os canaviais têm grande facilidade para se incendiar. Será um risco constante a uma tragédia, pois estamos diante de um fogo rápido e difícil de dominar.

Na  região de São José do Rio Preto-SP(Norte do Estado de São Paulo) inúmeros incêndios foram registrados como acidentais e criminosos, ou espontâneos por causa da seca prolongada que atinge a região ano após ano.

Seca que pode ter origem na quantidade de gases que sobem à atmosfera originados destas queimadas. Esses gases influem na pressão atmosférica e contribuem para baixa umidade do ar, desviando as frentes frias que vem do sul do país, estudo nesse sentido já foi feito em MS.

Alem da grande mortandade de animais carbonizados, é uma monocultura altamente modificadora dos biomas locais, pois modifica a fauna(morte de animais), flora(desmatamentos e incendios) e os rios(Sugados para irrigação).

E não podemos esquecer como já citei acima, que as grandes fazendas de cana de açúcar estão exatamente sobre um importante aqüífero: O Aquifero Guarani que supri de agua potável a milhões de pessoas, nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás. E nos países Paraguai, Uruguai e Argentina.



O governo precisa pensar com urgência em um zoneamento agroambiental para que essa monocultura não aumente ainda mais a sua rejeição e antipatia das populações que sofrem seus efeitos negativos.

Mais duas usinas serão construídas na região de São José do Rio Preto.

A TV-TEM de São José do Rio Preto divulgou em setembro desse ano a construção de Duas usinas, uma em Brejo Alegre, outra em Promissão por um grupo estrangeiro Indiano, que irá proporcionar mais plantio de cana de açúcar na região, uma preocupação a mais com o já comprometido meio ambiente.

Serão gerados cerca 1,2 mil de empregos, uma noticia que não é necessariamente um alento, pois não leva o Brasil a um desenvolvimento sustentável, é uma indústria altamente dependente da água, tanto das chuvas como dos rios. Um paradoxo sendo o setor sucroalcooleiro uma das causas das alterações climáticas e assoreamentos dos rios.

Por falar nisso veja:
Condições de trabalho na India.


19 de novembro de 2010

Biocombustíveis fazem mais mal ao clima que fósseis, diz estudo.

Cultura de cana de açucar.

Estudo mostrou que o biocombustível adicional a ser usado na Europa ao longo da próxima década irá gerar entre 81 e 167 por cento a mais de dióxido de carbono do que os combustíveis fósseis.

Os planos europeus de promoção dos biocombustíveis levarão os agricultores a converterem 69 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa em lavouras, reduzindo a oferta de alimentos aos pobres e acelerando a mudança climática, segundo um relatório divulgado por ambientalistas na segunda-feira.

De acordo com esse estudo, o biocombustível adicional a ser usado na Europa ao longo da próxima década irá gerar entre 81 e 167 por cento a mais de dióxido de carbono do que os combustíveis fósseis.

Nove entidades ambientais chegaram a essa conclusão depois de analisarem dados oficiais relativos à meta da União Europeia de que até 2020 os combustíveis renováveis representem 10 por cento do total usado em transportes no bloco.

A equipe energética da Comissão Europeia, que formulou tal meta, argumentou que o impacto não será tão grande, porque os biocombustíveis serão extraídos principalmente de plantações em terras agrícolas atualmente abandonadas na Europa e na Ásia.

Novas estimativas científicas lançadas neste ano colocam em dúvida a sustentabilidade da meta dos 10 por cento, mas autoridades energéticas da UE afirmam que apenas dois terços da meta será alcançada pelos biocombustíveis, e que veículos elétricos, alimentados por fontes renováveis, oferecerão um equilíbrio.

No entanto, estratégias nacionais de energias renováveis publicadas até agora por 23 dos 27 países da UE mostram que até 2020 9,5 por cento dos combustíveis usados nos transportes devem ser biocombustíveis, e que 90 por cento disso virá de cultivos alimentares, segundo o relatório.

O debate gira em torno de um novo conceito, conhecido como "mudança indireta do uso fundiário."

Basicamente, isso significa que transformar uma lavoura de grãos em cultivo de matéria-prima para biocombustíveis fará alguém, em algum lugar, passar fome, caso essas toneladas de grãos a menos não passarem a ser cultivadas em outro lugar.

Os fundamentos econômicos sugerem que esse déficit alimentar seria suprido com a ampliação da fronteira agrícola para áreas tropicais, o que implicaria a destruição de florestas -- um processo que pode gerar enormes emissões de gases do efeito estufa, pela queima ou apodrecimento das árvores, revertendo eventuais benefícios que os biocombustíveis deveriam trazer.

O relatório diz que a estratégia da UE para os biocombustíveis poderia gerar 27 a 56 milhões de toneladas adicionais de gases do efeito estufa por ano. No pior cenário, isso seria equivalente a colocar 26 milhões de carros nas estradas europeias, diz o estudo.

Produtores tradicionais de biocombustíveis argumentam que a UE não deveria alterar suas políticas de promoção dos biocombustíveis levando em conta as novas estimativas científicas, porque estas ainda são incertas.

"Qualquer política pública baseada em resultados tão altamente contestáveis seria facilmente desafiada na Organização Mundial do Comércio," disse o representante da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Emmanuel Desplechin.
FONTE:
COMISSÃO PASTORAL DA TERRA

15 de novembro de 2010

Somos praga no planeta? Artigo de Maurício Gomide Martins

Praga tem diversas acepções, mas a definição objeto de nossas considerações é simplesmente a que se refere à quantidade excessiva de um fator num sistema, desqualificando o próprio sistema. Em outras palavras: presença em quantidade superior à que um sistema coeso consegue suportar. Essa situação só pode ocasionar o desequilíbrio entre as forças de qualquer ambiente, causando o desarranjo harmônico entre as partes e, consequentemente, o caos.

Sobre esse princípio são construídas as principais máquinas destrutivas para a guerra. Um exemplo simples é o da granada. Contido em espaço restrito, numa situação de estabilidade, basta o conteúdo ser transformado em gás para que ele cumpra sua missão química de expansão, causando a desordem pontual e suas calamitosas conseqüências. O poder destrutivo da granada se deve à extrema rapidez – praticamente instantânea – da ocorrência das fases do processo.

No campo biológico, ocorre o mesmo roteiro apontado acima, só que em tempo muito mais lento. O dano, no entanto, pode ser considerado equivalente.

Quando um agricultor verifica que apareceram insetos sugadores (digamos, o percevejo verde) em sua lavoura de soja, contrata um agrônomo para cuidar do problema. O profissional comparece ao campo de plantio e faz uma análise da situação. Colhe uma amostra estratificada e faz seu ajuizamento, no qual pondera diversas circunstâncias: tamanho e estágio vegetativo da lavoura, índice da incidência dos insetos, cálculos sobre capacidade de produção, custos diversos, etc. Após ponderar os dados obtidos, formará um juízo técnico para a ocasião.

Poderá dizer ao agricultor que nada deve ser feito no combate aos insetos no momento. Acrescentará, naturalmente, que a invasão ainda não constitui uma ameaça à lucratividade da colheita estimada. Seu veredito vale para aquela visita, em função do aspecto econômico. Suas análises semanais posteriores guiarão as conclusões parciais ou definitivas.

Enquanto o agrônomo trabalha, os hóspedes indesejados, inocentes e alheios a tudo, continuam no seu labor natural de vida. Estão ali, num campo farto de alimento e cumprem o objetivo natural da reprodução. O instinto não lhes informa nem eles são capazes de medir as conseqüências do crescimento populacional. Prosseguem o roteiro natural, em obediência ao imperativo genético. Não sabem que, ao atingirem certo índice de infestação, o agrônomo decretará a mudança do seu nome: de percevejo para praga, nome genérico terrível que iguala todos os seres que se atrevam a serem protagonistas do desequilíbrio ambiental.

A reação será violenta. É uma situação extrema de luta de vida ou morte. Nessa qualificação de praga, a decisão do profissional não mais será a de tolerância, mas a de combate mortal com uso de todo o arsenal disponível, inclusive o químico. Assim, a tragédia da mortandade naquele ambiente agrícola será irreversível. Os agrotóxicos varrerão da vida todos os habitantes da cultura, inclusive os inocentes insetos benéficos que ali estavam tentando manter o equilíbrio biológico.

Se tal lavoura fosse deixada ao seu próprio destino, sem assistência do profissional, o prejuízo para o lavrador seria total. Como fonte alimentícia para o percevejo, tenderia ao esgotamento total, levando à inanição e morte toda a comunidade hospedeira. As disponibilidades ambientais se extinguiriam e a situação mudaria para um estado caótico em que a tragédia não pouparia ninguém e somente a Natureza saberia como estabilizar.

O animal humano, que se faz representar em todo o globo por sua população de quase 7 bilhões de indivíduos, com sua visão egoística e interferindo na dinâmica ecológica da terra, dos rios, dos mares, da atmosfera, provoca os mesmos danos que o percevejo da soja. A diferença é que, no exemplo citado, fizemos um enfoque no trabalho de um agricultor mantendo um objetivo produtivo. Já no enfoque da situação real por que passa o planeta em seus recursos, a fome dos humanos é contínua e geometricamente cumulativa: fome alimentícia; fome de lucro; fome de comodismo; fome de grandeza; fome de supérfluos; fome de entesouramento. Segundo os cálculos atualizados, as ações humanas retiram do planeta 40% a mais do que ele consegue disponibilizar pela dinâmica natural.

Há, portanto, uma queima de capital, um déficit de recursos, uma desproporcionalidade, um desequilíbrio ambiental gravíssimo. Estamos gastando o futuro para o qual nossos descendentes nascerão munidos da vã esperança de viver em ambiente sustentável.

Alguns animais demonstram possuir um instinto muito mais eficiente que a inteligência humana. Ante a visão crítica de uma superpopulação, certos animais procedem de modo inteiramente racional. O lemingue do norte-europeu resolve o problema com o suicídio em massa. As abelhas excedentes de uma colméia abandonam o lar numa revoada incerta, procurando formar nova colônia. As lulas entram em coma pré-morte sobre seus próprios ovos, numa fantástica demonstração de renúncia à vida-elo em beneficio à vida-corrente.

Não estamos recomendando suicídio a ninguém, mas sugerimos que o animal humano tem a capacidade mental de equacionar e solucionar seus problemas existenciais. Ainda há um tempo curtíssimo, mas alertamos que aos poucos ele se esvai, e a solução se tornará impossível.

Considerada a pegada ecológica, a população mundial equivale, no mínimo, a 100 vezes seu número nominal. Por isso, mudamos de nome. Não somos mais o animal racional, o rei dos seres vivos, o centro do universo; somos simplesmente praga. Deixamos de ser animais racionais para sermos predadores da própria mãe Terra, aquela que nos fornece, com amor e ternura, abrigo, alimento, vida.

Dois fatores incisivos nos levam a essa situação trágica: o antropocentrismo e a ganância. Nós nos esquecemos que o ecossistema inclui a biodiversidade e que nossa individualidade é transitória. Nós, como animal humano, não somos indivíduos, somos a humanidade, parte do todo planetário.

Nessa situação, só nos resta aguardar que um agrônomo celestial venha salvar a Vida planetária, tirando-nos a existência e toda a riqueza material que, paradoxalmente, teimamos em acumular.

Somos praga no planeta. Não aceitamos esse nome, pois o egocentrismo de espécie cega nossa razão. Contudo, essa cegueira não impede que sejamos praga e, nessa qualidade, já selamos nosso destino.

Maurício Gomide Martins, 82 anos, ambientalista e articulista do EcoDebate, residente em Belo Horizonte(MG), depois de aposentado como auditor do Banco do Brasil, já escreveu três livros. Um de crônicas chamado “Crônicas Ezkizitaz”, onde perfila questões diversas sob uma óptica filosófica. O outro, intitulado “Nas Pegadas da Vida”, é um ensaio que constrói uma conjectura sobre a identidade da Vida. E o último, chamado “Agora ou Nunca Mais”, sob o gênero “romance de tese”, onde aborda a questão ambiental sob uma visão extremamente real e indica o único caminho a seguir para a salvação da humanidade.


Fonte:Portal EcoDebate Cidadania e Meio Ambiente