11 de junho de 2025
Próxima estação: inverno!
25 de fevereiro de 2025
27 de Abril Dia Nacional para a Ação Climática.
Estamos na quarta onda de calor só neste ano, um sinal claro de que o clima não é o mesmo. Mas, apesar desse cenário desafiador, temos uma conquista a celebrar:
A Câmara aprovou o projeto de lei da deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) que cria o Dia Nacional para a Ação Climática (27/04), um passo essencial para fortalecer a cultura de prevenção diante de desastres intensificados pela crise climática.

3 de outubro de 2024
COMBATE À EMERGÊNCIA CLIMÁTICA | Carlos Nobre no Juca Kfouri Entrevista
APELO DO CLIMATOLOGISTA CARLOS NOBRE PARA AS ELEIÇÕES DE 2024.
Ouça nessa entrevista a partir de 13min a 15min o climatologista "Carlos Nobre apela aos brasileiros que não votem em Prefeitos e Vereadores que vão continuar com o negacionismo da emergência climática. Vamos só eleger Prefeitos e Vereadores que vão tornar as cidades mais resilientes..."
2 de outubro de 2024
Crise climática: até onde vamos aguentar?
22 de setembro de 2024
Colapso Climático e o Antropoceno | Carlos Nobre
15 de novembro de 2023
Número de dias com ondas de calor passou de 7 para 52 em 30 anos
Como o clima está mudando no Brasil?
O estudo foi realizado a pedido do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para subsidiar as discussões para a atualização do Plano Clima - Adaptação.
Os cálculos foram efetuados para todo o território brasileiro e consideraram o período de 1961 a 2020.
Entre 1991 e 2000, as anomalias positivas de temperatura máxima não passavam de cerca de 1,5°C.
As anomalias de precipitação acumulada também são observadas nos três períodos avaliados, contudo destacam-se duas regiões contrastantes entre 2011 e 2020.
Extremos climáticos
O aumento e a redução nos índices de precipitação repercutem na ocorrência de extremos climáticos que são estabelecidos por dois indicadores: dias consecutivos secos (CDD) e pela precipitação máxima em 5 dias (RX5day).
No período de referência, entre 1961 e 1990, os valores de CDD eram, em média, de 80 a 85 dias.
Os mapas demonstram que a região Sul vem sendo a mais afetada pelas chuvas extremas ao longo das últimas décadas.
Ondas de calor (WSDI)
Os dados indicam que houve aumento gradual das anomalias de ondas de calor ao longo dos períodos analisados e para praticamente todo o Brasil.
“Essas informações são a fonte que podemos reportar como fidedignas daquilo que está sendo sentido no dia a dia da sociedade. Estamos deixando de perceber para conhecer. Esse é um diferencial de termos essa fonte de dados robusta”, afirmou o diretor do Departamento para o Clima e Sustentabilidade do MCTI, Osvaldo Moraes. “São dados relevantes para fazer a ciência climática dar suporte à tomada de decisão. Estamos deixando a percepção de lado para aprofundar o conhecimento”, complementou.
Para o estudo, foram considerados dados observacionais de 1.252 estações meteorológicas convencionais, sendo 642 estações manuais e 610 automáticas para construir as séries de temperatura máxima, e um total de 11.473 pluviômetros para os dados de precipitação.
A partir dessas informações críticas foram analisados três extremos climáticos. O número de dias consecutivos secos (CDD) foi calculado estimando-se o número de dias seguidos com precipitação inferior a 1mm. O RX5day registra a maior quantidade de precipitação em 5 dias. O WSDI representa a soma de dias de ondas de calor no ano.
Os pesquisadores destacam a importância de observar o conjunto das informações e não apenas indicadores isolados. De acordo com os dados, o clima já está mudando e afeta o país de múltiplas formas, dado que o Brasil tem dimensões continentais. Enquanto em algumas regiões há aumento de temperatura, em outras observa-se aumento da precipitação ou ocorrência de seca.
“O mais recente relatório do IPCC destacou que as mudanças climáticas estão impactando diversas regiões do mundo de maneiras distintas. Nossas análises revelam claramente que o Brasil já experimenta essas transformações, evidenciadas pelo aumento na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos em várias regiões desde 1961 e irão se agravar nas próximas décadas proporcionalmente ao aquecimento global”, ressaltou o pesquisador do Inpe Lincoln Alves, que coordenou os estudos.
Categoria
Meio Ambiente e Clima
10 de novembro de 2023
2023 deve ser o ano mais quente em milênios, diz órgão da UE
Foto: Rivaldo R. Ribeiro
O mês de outubro foi o mais quente já registrado e, com isso, já é "praticamente certo" que o ano de 2023 entrará para a história como o mais quente dos últimos 125 mil anos, afirmou nesta quarta-feira (08/11) o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S), órgão da União Europeia (UE).
Até então, o outubro mais quente havia sido registrado em 2019.
Leia mais...
20 de setembro de 2023
O BRASIL ESTÁ DE VOLTA NA AGENDA CLIMÁTICA
Fonte The Nature Conservancy : https://www.tnc.org.br/

17 de julho de 2023
AQUECIMENTO DA TERRA, ASSUSTA
Fonte?:
Em 2020, a temperatura média global ficou cerca de 1,2 graus Celsius acima do nível pré-industrial (1). Para este ano, com a formação do fenômeno El Niño agravado pelas mudanças climáticas, já quebramos os recordes globais da temperatura média global do ar na Terra duas vezes.
A previsão é que este mês de julho seja o mais quente de todos os tempos (2).
Nos próximos meses, o mundo pode ultrapassar o marco de aquecimento de 1,5°C em ondas de calor de intenso (3).


14 de fevereiro de 2023
Mais árvores para prevenir mortes por excesso de calor
A vegetação é um dos principais reguladores da temperatura nas áreas urbanas. Um estudo destaca importância das árvores para prevenir mortes por excesso de calor. Confira na matéria de Cinthia Leone, do Climainfo. #maisárvores
Foto: Rivaldo R. Ribeiro
Mais de 4% das mortes ocorridas nas cidades da Europa durante os meses de verão são devidas a ilhas de calor urbano, e um terço dessas mortes poderiam ser evitadas se a cobertura arbórea fosse de 30%. Essas são as principais conclusões de um estudo divulgado recentemente na revista The Lancet e realizado pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal).
A pesquisa fez uma modelagem com base em dados de 93 cidades européias, destacam os benefícios substanciais de plantar mais árvores nas cidades para atenuar o impacto da mudança climática.
A exposição ao calor excessivo tem sido associada à mortalidade prematura, agravamento de doenças cardiorrespiratórias e aumento das internações hospitalares. Isto é particularmente verdadeiro para ondas de calor, mas também ocorre com temperaturas moderadamente altas no verão. As cidades são especialmente vulneráveis -- menos vegetação, maior densidade populacional e superfícies impermeáveis em edifícios e estradas criam uma diferença de temperatura entre a cidade e as áreas circundantes - um fenômeno chamado ilha de calor urbano. Segundo o estudo, o aquecimento global contínuo deve agravar este efeito nas próximas décadas.
- "As previsões baseadas nas emissões atuais revelam que as doenças e mortes relacionadas ao calor se tornarão um fardo para os serviços de saúde nas próximas décadas", diz a pesquisadora do ISGlobal Tamara Iungman, autora principal do estudo.
Mortes evitáveis
Uma equipe internacional liderada por Mark Nieuwenhuijsen, diretor da Iniciativa de Planejamento Urbano, Meio Ambiente e Saúde do ISGlobal, estimou as taxas de mortalidade de residentes com mais de 20 anos em 93 cidades européias (um total de 57 milhões de habitantes), entre junho e agosto de 2015. Depois, coletou dados sobre as temperaturas rurais e urbanas diárias de cada cidade. Eles estimaram a mortalidade prematura simulando um cenário hipotético sem ilha de calor urbana. Em seguida, estimaram a redução da temperatura que seria obtida aumentando a cobertura de árvores para 30% e a mortalidade associada que poderia ser evitada.
- "Nosso objetivo é informar os tomadores de decisão sobre os benefícios de manter áreas verdes em todos os bairros para ambientes urbanos mais sustentáveis, resistentes e saudáveis", explica Nieuwenhuijsen.
Os resultados mostram que, de junho a agosto de 2015, as cidades foram em média 1,5°C mais quentes do que as áreas rurais vizinhas. No total, 6.700 mortes prematuras poderiam ser atribuídas às temperaturas urbanas mais quentes, o que representa 4,3% da mortalidade total durante os meses de verão e 1,8% da mortalidade durante todo o ano. Um terço dessas mortes (2.644) poderia ter sido evitado aumentando a cobertura arbórea até 30%, reduzindo assim as temperaturas. As cidades com as maiores taxas de excesso de calor-mortalidade estavam no sul do continente e no Leste Europeu, sendo estas as que mais se beneficiaram de um aumento da cobertura arbórea.
Os autores reconhecem que plantar mais árvores pode ser um desafio em algumas cidades devido ao seu projeto. Eles alertam ainda que o plantio deve ser combinado com intervenções adicionais, como telhados verdes.
- "Nossos resultados também mostram a necessidade de preservar e manter as árvores que já existem, pois elas são um recurso valioso e leva muito tempo para o cultivo de novas árvores. Não se trata apenas de aumentar as árvores na cidade, trata-se também de como elas são distribuídas", diz Nieuwenhuijsen.
As análises foram feitas com dados de 2015 porque os dados populacionais completos não estavam disponíveis para os anos posteriores, mas, segundo Iungman, o estudo fornece informações válidas para adaptar e tornar o meio urbano mais resilientes ao impacto da mudança climática sobre a saúde.
- "Aqui nós só analisamos o efeito de resfriamento das árvores, mas tornar as cidades mais verdes tem muitos outros benefícios à saúde, incluindo maior expectativa de vida, menos problemas de saúde mental e melhor funcionamento cognitivo", acrescenta ela.
"Entender os benefícios de políticas como o aumento da cobertura de árvores pode ajudar a informar ações para reduzir riscos e prevenir mortes evitáveis, especialmente com as mudanças climáticas", diz Antonio Gasparrini, Professor de Bioestatística e Epidemiologia da London School of Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM) e um dos autores do estudo.
24 de agosto de 2019
12 de setembro de 2018
FURACÃO FLORENCE
Furacão Florence passou para categoria 4 e pode aumentar sua intensidade, ele ameaça a costa leste dos Estados Unidos.

27 de abril de 2014
Sabemos o que fazer, mas quase nada fazemos, artigo de Washington Novaes
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Pela mesma razão, é preciso que a sociedade esteja atenta para o que acontecerá no Senado na discussão de parecer do senador Blairo Maggi ao projeto de lei da Política de Gestão e Proteção do Bioma Pantanal – outra área já diante de agressões em curso e da possibilidade de que se permita ali a substituição de áreas preservadas por pastagens cultivadas, da possível supressão de reservas legais e dos efeitos danosos sobre os recursos hídricos. O Pantanal é um privilégio brasileiro, fundamental para o clima e a conservação da biodiversidade.
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O último relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado há poucos dias (Estado, 30/3), alerta exatamente para a vulnerabilidade de espécies terrestres e aquáticas, o risco de que tenham de migrar ou se extingam diante dos impactos do clima. E menciona especificamente a Amazônia brasileira, mas não apenas ela, embora lembre que no espaço amazônico estão estocados 90 bilhões de toneladas de carbono (na seca de 2005 foram liberados 5 bilhões de toneladas).
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Outros estudos estão apontando para os impactos do clima nas populações de polinizadores, principalmente abelhas, das quais depende cerca de 10% da produção agrícola mundial, perto de US$ 212 bilhões anuais (30/3). Os polinizadores estão sendo afetados principalmente pelas mudanças no uso da terra, secas, inundações. Áreas particularmente atingidas são as de produção de verduras e frutas. E a perda da biodiversidade originária – estudo da Natura (17/3) – pode ser muito problemática, já que um hectare de palmeiras de dendê produz 200% mais óleo de palma do que um hectare de sistema agroflorestal. No mundo todo, afirma o economista indiano Pavan Sukhdev, o custo da perda da biodiversidade pode chegar a US$ 4,5 trilhões por ano.
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Os dramas do clima e cenários soturnos não são para o fim do século, estão acontecendo agora em todos os continentes e oceanos – lembra texto de Giovana Girardi neste jornal (29/3). E podem desacelerar o crescimento econômico, dificultar a redução da pobreza e a segurança alimentar. O cientista José A. Marengo enfatiza a necessidade de correr com programas de adaptação – mas deixando claro que não há uma fórmula única, depende de cada lugar, de seus problemas e possibilidades específicas. Todavia já são evidentes os riscos de savanização de várias áreas.
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O conservador e prudente jornal britânico The Guardian chega a discorrer sobre estudo do Centro Espacial Goddard, da Nasa, segundo o qual “a civilização industrial global pode entrar em colapso nas próximas décadas” por causa do “consumo insustentável de recursos e da distribuição desigual da renda” – cada vez maior. Não seria a primeira vez na História do mundo, observa o jornal, citando o desaparecimento de civilizações como as de Roma e da Mesopotâmia. Tecnologia, apenas, não resolverá. O desfecho, contudo, não é inevitável, “dependerá de políticas adequadas” (14/3).
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Uma dessas políticas terá como missão encontrar formatos adequados para expandir em 60% a produção global de alimentos até 2050 sem ampliar os problemas da água (a agricultura já usa 70% do total), da desertificação (mais 60 mil km2 por ano), do consumo de recursos naturais acima (pelo menos 30%) da capacidade de reposição. Em outra área, diz o World Economic Forum que serão necessários investimentos anuais de US$ 6 trilhões, ao longo de quase duas décadas, para estabelecer uma “economia de baixo carbono”. Mas como se fará para eliminar, por exemplo, o subsídio ao consumo de combustíveis fósseis – petróleo, principalmente -, uma das fontes mais poluidoras?
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Diz o governo brasileiro que em 2010 a redução do desmatamento no Brasil produziu uma queda de emissões maior que a do total dos países desenvolvidos. Isso foi consequência dos esforços para reduzir o pico do desmatamento na Amazônia. Porém ainda não chegamos a reduções mais fortes em outras áreas (transportes, indústria e agricultura, principalmente).
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Um dos problemas está exatamente na falta de avanços na implantação do novo Código Florestal. E uma das questões mais fortes está em que, dois anos depois da nova legislação, ainda não se implementou o Cadastro Ambiental Rural (jornal Valor Econômico, 27/3), que permitiria identificar em cada propriedade áreas de preservação obrigatória da vegetação, reservas legais e desobediências à lei. Os decretos de regulamentação do novo código também estão parados. E com tudo isso, como afirmou o Valor, “o Código Florestal continua no papel”, embora haja 5,4 milhões de imóveis rurais no País.
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Paralelamente, as unidades federais administradas pelo Instituto Chico Mendes não têm dinheiro para nada. O Brasil, segundo as Universidades Yale e de Columbia, está em 71.º lugar entre 178 países em termos de “ameaças à natureza” e proteção à saúde humana (Instituto Carbono Brasil, 29/1).
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O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, espera que os países cheguem a um acordo sobre o clima em setembro, mas não há nada concreto à vista. E o experiente Nicholas Stern, consultor do Reino Unido, alerta: “Sabemos o que está acontecendo. Mas nada fazemos” (UN News, 21/3).
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*Washington Novaes é jornalista. E-mail: wlrnovaes@uol.com.br.
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Artigo originalmente publicado em O Estado de S.Paulo e reproduzido pelo EcoDebate, 14/04/2014
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