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21 de fevereiro de 2012

O fim da floresta representa o desaparecimento das espécies, com consequências devastadoras

Bosque de José Bonifácio-SP. Clique sobre a foto para ampliar.
                      Foto: árvore morta.

Valor da biodiversidade – O desaparecimento da floresta é também o desaparecimento das espécies. Isso tem consequências devastadoras – inclusive para a economia.

A borboleta Rainha Alexandra, da Nova Guiné, é a maior do planeta

Aqui, a maior borboleta do mundo, a Rainha Alexandra, de 28 centímetros de envergadura, bate suas asas. Mais adiante, pousa uma ave-do-paraíso, que com sua plumagem colorida e exuberante é o pássaro símbolo da Nova Guiné. Na árvore seguinte, você pode encontrar um canguru-de-manto-dourado ou, no chão, um sapo “Pinóquio”. A biodiversidade da Nova Guiné é incomparável – mas está ameaçada.

Ave-do-paraíso: não apenas bela

Ainda existem florestas intocadas, por enquanto a ilha ainda é pouco povoada, mas a população de Papua Nova Guiné está crescendo. E com isso cresce também a pressão sobre a mata e sobre os animais. A floresta é desmatada para dar lugar a lavouras e plantações, para o uso da terra e para o corte seletivo de madeiras nobres. Muitas espécies animais da Nova Guiné já estão ameaçadas, por pertencerem exclusivamente a zonas muito restritas. Se o seu habitat desaparece, elas não têm para onde ir e, na pior das hipóteses, morrem.

Mais de 100 espécies por dia

Projetos com as populações indígenas, que separam as áreas de manejo das áreas de proteção permanente, ajudam a estabelecer zonas de retiro. Tais medidas são urgentemente necessárias: dois milhões de espécies da fauna e da flora estão atualmente catalogados pela ciência. Segundo estimativas da ONU, cerca de 130 espécies desaparecem por dia no mundo.

“Isso corresponde a um ritmo cem a mil vezes mais rápido do que o processo evolutivo natural”, diz Andrea Cederquist, especialista em biodiversidade da organização ambiental Greenpeace. A variedade genética da vida sobre a Terra está diminuindo. Quantas espécies desaparecem por dia na Nova Guiné, ninguém sabe dizer. E ninguém sabe também quais serão as consequências. “O aquecimento global e a perda da biodiversidade estão conectados, e isso leva a uma reação em cadeia que não podemos avaliar”, diz Cederquist.

E se elas desaparecessem?

A ciência é unânime: as repercussões do aquecimento global e da perda da biodiversidade são absolutamente imprevisíveis. Não é apenas uma questão de saber se nas montanhas da Nova Guiné há uma espécie a menos de ave-do-paraíso, mas quais são as relações vitais entre os organismos – e em que velocidade o sistema todo pode entrar em colapso pela falta de um elemento essencial ao ciclo da vida.

O pesquisador de formigas Bert Hölldobler fez uma experiência: se devido a uma epidemia as formigas morressem, haveria uma catástrofe ambiental devastadora. A maioria das florestas iria morrer. Primeiro as plantas, depois os herbívoros. A perda da biodiversidade aceleraria de forma vertiginosa, levando a um colapso de todo o ecossistema terrestre.

Com os recifes o cenário é semelhante. Se os corais morrerem por causa do aumento da temperatura da água, todo o ecossistema entra em colapso rapidamente. “Disso todo mundo sabe, mas não se toma nenhuma atitude”, diz a especialista Cederquist.

Custos gigantescos

Proteção e uso da floresta para os nativos

Talvez haja um aumento de esforços para proteger a biodiversidade quando as perdas econômicas causadas pela degradação ambiental passarem a chamar mais atenção. O montante atual já é de 2 a 4,5 bilhões de dólares por ano, como comprovou o estudo “A economia dos ecossistemas e da biodiversidade” em julho de 2010. O estudo foi feito em parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e a consultora PricewaterhouseCoopers.

Comprovou-se, por exemplo, o desempenho econômico dos insetos: só com a polinização das plantas, eles têm uma contribuição de até 190 bilhões de dólares por ano na produção agrícola.

Autor: Oliver Samson (ff)

Revisão: Roselaine Wandscheer

Matéria da Agência Deutsche Welle, DW, publicada pelo EcoDebate, 14/02/2012


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7 de maio de 2011

Ecossistemas, artigo de Roberto Naime

A biologia favorece a aplicação de modelos para diagnósticos e prognósticos de situações através de modelos que desenvolve a partir da definição de relações hierárquicas. Um modelo é uma formulação que imita um fenômeno real, e pela qual se podem fazer projeções consistentes. Citando a Biologia clássica, a partir do livro Ecologia de Eugene Odum (Ed. Guanabara, 1988), emerge o conceito de ecossistema, como a inter-relação entre organismos vivos e não vivos que interagem entre si de forma hierarquizada.

Ecossistema é qualquer unidade que abranja todos os organismos que funcionam em conjunto em uma determinada área de espaço físico e que interajam com o ambiente com fluxos de matéria e energia que produzam estruturas bióticas definidas e ciclagem de materiais entre as partes vivas e não vivas.

O ecossistema é a unidade funcional básica da ecologia, estando parametrizada pelos níveis de organização e relações sistêmicas para definir a emergência das propriedades. Os ecossistemas têm estrutura e podem ser abordados de forma “holológica” ( por inteiro) ou “merológica” (em partes).

Dentro da biologia, é expressiva a corrente que defende o controle biológico do ambiente geoquímico, também conhecida como “Hipótese Gaia”. Este enunciado sustenta que os organismos evoluíram junto com o ambiente físico, formando um sistema complexo de controle que mantém as condições da Terra favoráveis a vida.

A dimensão biológica da abordagem ambiental em alguns aspectos, ressalta os fatores limitantes da vida (como temperatura, pressão, salinidade, umidade e outros), e as necessidades de preservação ambiental para manutenção das inter-relações.

O conceito de fator limitante pode ser bem compreendido a partir da Lei dos mínimos de Liebig. A idéia de que os organismos não são mais fortes do que o elo mais fraco de suas cadeias ecológicas foi expressa por Justus Liebig em 1840. Ele foi o pioneiro na pesquisa de fertilizantes inorgânicos na agricultura.

A presença de um organismo ou grupo de indivíduos e o sucesso de suas ações dependem da adaptação de condições próprias aos limites determinados por fatores como temperatura, salinidade, insolação, exposição, presença de nutrientes e outros atributos do meio físico que determinam as possibilidades dos seres vivos.

Este conceito se aprofunda com a idéia dos limites de tolerância, tão utilizados em medicina, onde os excessos ou ausências de determinados fatores, como os já citados, impede a evolução da vida. Então, qualquer condição que se aproxime ou exceda o limite de tolerância de um determinado fator para um organismo ou grupo de organismos, pode ser considerado um fator limitante.

Para avaliação dos impactos ambientais são utilizados bioindicadores, que são organismos ou comunidades cujas funções vitais se correlacionam tão estreitamente com determinados fatores ambientais que podem ser empregados como indicadores em determinadas situações.

Esta definição inclui conscientemente a indicação de comportamentos naturais. Na agricultura, podemos inferir sobre as características de uma região, apenas pela presença ou ausência de determinadas espécies vegetais ou animais.

O termo biomonitoramento ou monitoramento biológico, pode ser definido como o uso sistemático de respostas biológicas para avaliar mudanças ambientais com o objetivo de utilizar esta informação em um programa de controle de qualidade.

No Brasil, algumas iniciativas no uso de bioindicadores tem sido propostas para bacias hidrográficas que sofrem a influência do lançamento de esgotos domésticos e efluentes industriais. Muito ainda pode ser dito nesta área, mas é possível avaliar a importância do meio biológico no contexto das análises ambientais sistematizadas.

Dr. Roberto Naime, colunista do Ecodebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.


http://www.ecodebate.com.br
EcoDebate, 20/04/2011

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