"Os bons ideais aproximam as pessoas que olham o mundo não apenas para si, mas para todos"Rivaldo R. Ribeiro

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5 de abril de 2013

Práticas Sustentáveis e de Boa Convivência

João Fidélis de Campos Filho

Outro dia um amigo articulista deste jornal(Votuporanga) publicou uma matéria no qual arrolava uma série de efeitos nocivos provocados pelos ruídos em excesso e em especial por estas descargas de rojões que muitos insistem em soltar por qualquer motivo. Citou em sua coerente explanação o mal que ocasionam também em nossos indefesos animais domésticos, uma vez que a sua percepção auditiva é bem superior à nossa. E não passaram muitos dias fomos “brindados” com uma avalanche de rojões de grosso calibre e poderoso estrondo que nos lembrou de aquelas comemorações de padroeiras que eram encorajadas por religiosos sem muito senso de cidadania e boa convivência social.

Não sei o que motivou desta vez estes estrondos, mas sonho com o dia em que este ato seja proibido por uma lei severa, pois já existem muitos estudos apontando os malefícios físicos e mentais provocados por esta atitude de gosto duvidosa. Nos animais nem se fala, os efeitos são altamente perniciosos.

Alguém dirá talvez por motivos sentimentais, porque torcem por determinado time ou porque querem externar uma devoção religiosa, na visita de uma autoridade ou por ter ganhado na loteria, que se a maioria quer que se danem os outros. É claro que esta visão é distorcida e politicamente incorreta em nossa moderna sociologia já que as democracias culturalmente mais avançadas tem procurado respeitar os direitos das minorias. Se por exemplo os vizinhos de um quarteirão permitirem que se instale uma casa de espetáculos, destas que exageram nos decibéis de seu som, e apenas um deles se sentir lesado em sua saúde a lei deve protegê-lo.

Foi-se o tempo da imposição ditatorial de costumes por uma maioria detentora da verdade subjetiva e contestável. Nesta semana uma cantora famosa anunciou publicamente que havia se casado com outra mulher e divulgou fotos desta relação, coisa muito repudiada por grupos conservadores, reacionários e homofóbicos. Em outras épocas seria banida socialmente por sua escolha sexual. Ainda bem que o bom senso está prevalecendo.

Faz-se necessário aceitar as diferenças como parte de uma sociedade múltipla que almeja um maior grau de igualitarismo. Por isso o conceito de sustentabilidade tem despertado cada vez mais atenção da aldeia global. Cada vez mais as pessoas estão percebendo que precisam coexistir neste planeta mantendo os recursos naturais em estado de renovação permanente, tal qual nos ensina a Mãe Natureza, até por questão de sobrevivência das gerações futuras. Hoje qualquer ação humana que envolva o meio ambiente e os semelhantes deve obedecer as seguintes indagações: É socialmente justo? É ecologicamente correto? É economicamente viável? Não prejudica ninguém?

Nenhuma atitude pode ser tomada para favorecer uma maioria que se auto-intitula dona da verdade. É preciso respeitar a todos em seus direitos, para que se dirimam as injustiças que teimam em permanecer em muitas comunidades.

jofideli@gmail.com

30 de março de 2013

REFORMA POLÍTICA JÁ!

João Fidélis de Campos Filho

Se esta avalanche de impostos recolhidos pela população brasileira retornasse, na mesma proporção, em investimentos em educação, saúde e programas sociais nosso país já teria saltado para o primeiro mundo.

Mesmo com a sonegação e os incontáveis artifícios que os mais abastados utilizam para burlar a legislação tributária, o governo, em todas as esferas (municipal, estadual e federal) ainda arrecada muito. E com o orçamento comprometido com gastos elevados/mal administrados acaba sobrando pouco para financiar as obras e serviços essenciais aos municípios brasileiros. Se administrasse melhor as finanças o governo federal, que concentra a maior parte da arrecadação poderia distribuir melhor a renda através de investimentos sociais.

Tudo se resume em eleger as reais prioridades do país. No entanto a casta política que desde o império se beneficia das verbas públicas exerce uma forte pressão para dirigir estas prioridades, tentando de maneira nada ética inverter o curso natural das coisas. Como se tornou evidente que o legislativo consome, direta ou indiretamente, parte considerável do orçamento do país, já há tempos repousa no Congresso vários projetos de reforma política, que foram abandonados por conveniência ou falta de vontade de nossos dirigentes. Mas a cada dia que passa vem se tornando mais urgente e indispensável estas reformas, pois é consenso que o Brasil está bem distante no que se refere a um legislativo mais ágil e menos dispendioso em relação a muitas nações.

O Brasil precisa copiar o modelo de alguns países onde o parlamentar recebe baixos salários, tem pouca verba de gabinete e tem que arcar com os custos de sua manutenção e transporte. Nenhum deputado ou senador pode se dar ao luxo de ter tantos serviços pagos pela união como no Brasil, que servem muitas vezes para desvio e enriquecimento ilícito.

Há muitos projetos urgentes e importantes engavetados porque existem muitos entraves burocráticos, a votação é a passos de tartaruga e com isso, entra ano sai ano, o país fica emperrado pelo sistema. Este fato provoca um grande desestímulo no parlamentar bem intencionado que pode até ter boas ideias, mas não enxerga no horizonte possibilidades de vê-las materializadas. O eleitor também se desanima com a falta de dinâmica do Congresso e confia cada vez menos na instituição política. Cria-se um ciclo vicioso em que todos perdem porque o sistema democrático foi idealizado para servir ao povo.

O Brasil não pode esperar mais pela reforma política. Ela já se tornou indispensável, temos que cobrar de nossos representantes mais empenho neste sentido.

jofideli@gmail.com

23 de fevereiro de 2013

SONHO LETÁRGICO

*João Fidélis de Campos Filho

Ameaça nuclear da Coréia do Norte, renúncia do papa Bento XVI, inflação acelerada, mortes do carnaval, escândalos na Espanha, etc. e etc. Estar antenado com o que acontece no mundo exige um esforço de concentração contínua, pois o aparecimento e o desaparecimento do que é notícia segue o ritmo da instantaneidade da vida moderna. O fenômeno da superinformação e seus efeitos deletérios no homem contemporâneo vêm se tornando um desafio para os neurocientistas e estudiosos principalmente pelo fato de estar associado ao stress e à gênese de inúmeras doenças que acometem o ser humano.

A memória passou a ser objeto de atenção de muita gente porque a velocidade dos acontecimentos obriga a raciocínios rápidos ou a uma resposta instintiva imediata. A mente desde então começou a se ocupar do superficial já que não há tempo para o aprofundamento e análise de tudo que ocorre. Neste sentido valoriza-se, sobretudo o entretenimento. Concomitantemente usa-se e abusa-se dos estímulos eróticos porque o consumo transformou-se no “deus” de nossa era e o apelo sexual tornou-se uma poderosa arma para este fim. Estar inserido socialmente significa acumular mais e mais coisas, na maior parte das vezes coisas supérfluas e descartáveis. As escolhas se resumem, neste contexto, em ter isto ou aquilo.

E onde poderia refugiar-se o homem atual para afastar o perigo de uma vida automatizada, padronizada e alienante? A resposta está na arte. A produção artística mundial cresceu quase no mesmo ritmo que a indústria de entretenimento e do consumo fácil. Há hoje uma oferta maior de arte de bom gosto, bastando para isso se interessar por obtê-la. E como a riqueza artística do mundo globalizado pode chegar a um maior número de pessoas? Isso só através da divulgação, da orientação e do despertar nas pessoas o interesse pelo singular, pelo ideal e pelo que é bem feito. Muita gente nunca assistiu a um bom espetáculo teatral nunca visitou uma galeria de arte ou se interessou em ver filmes clássicos. Ao povo basta unicamente o entretenimento, o futebol, o Programa do Faustão ou o Datena. Muitos não querem aprender, ou vivenciar experiências de amadurecimento e discernimento. Preferem se divertir como se a vida fosse um conto da Cinderela e como se os aspectos sensoriais e fisiológicos fossem a única razão da existência.

Existem prazeres inenarráveis, emoções que nascem no âmago de cada um ao estar em sintonia com a arte genuína, a arte que subtrai as pessoas de sua zona de conforto que as forçam pensar e enxergar a vida com outras nuances. Esta experiência pode estar acessível, pode alcançar e mudar o modo de pensar de um grande número de pessoas, basta para tal que elas sejam despertadas deste estado narcotizante do existir contemporâneo, no qual os verdadeiros valores são ocultados por este capitalismo massificante de nosso tempo. É hora de acordar deste sonho letárgico, é hora de ousar e inventar o novo através do caminho da arte. Não existe outro caminho para o processo de libertação e desalienação de nosso povo.

*João Fidélis de Campos Filho- Cirurgião-Dentista

jofideli@gmail.com

9 de setembro de 2011

Capital do Calor?

Votuporanga virou manchete nacional devido à baixa umidade e à alta temperatura dias atrás. Por curiosidade estivemos vasculhando os índices dos anos anteriores e percebemos que este fenômeno é recente já que no passado não tínhamos tão altas temperaturas nesta época. Ribeirão Preto e Presidente Prudente sempre estavam na dianteira destes índices.
 O que aconteceu com Votuporanga? Alguns técnicos poderiam afirmar que o aquecimento global vem atingindo com maior incidência nosso município e que não passa de um fato que aumentou a temperatura de todas as cidades. Mesmo assim isto não explica porque Votuporanga vem se destacando entre as cidades mais quentes do estado de São Paulo. O problema não é tão simples assim.
 Mas há algumas pistas a serem seguidas para explicar o que vem acontecimento e quase todas desembocam numa única via que é a degradação ambiental. Votuporanga recebe uma grande incidência solar e tinha antigamente na área urbana e na área rural um maior volume de árvores que aos poucos foram sendo arrancadas para ceder lugar a variados empreendimentos e jamais foram repostas na mesma proporção.
 A aridez ocupou todos os espaços. Até a algum tempo era comum andar pela cidade e encontrar uma mangueira, uma bananeira, um abacateiro. Muitos mantinham estas árvores frutíferas em quintais. Hoje isto está se tornando raro. O concreto invade a cada dia mais terrenos e ninguém tem tempo para cultivar mais nada.
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No campo o cultivo da cana desmatou quase a totalidade do verde que sobrou. E a tendência é piorar, pois as pequenas propriedades têm poucos incentivos para produzir e gerar lucros, fato que incentiva o arrendamento das terras para a produção canavieira. Com isso quase não se vê áreas verdes. Os animais estão sendo inapelavelmente expulsos de seu habitat e desaparecendo.
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Parece a política da "terra arrasada", usada antigamente como tática de guerra, quando uma grande extensão de terra era bombardeada e não sobrava nada. Hoje os mananciais de água, as minas, os riachos estão desaparecendo para ceder lugar à especulação e muita gente vem se especializando na arte de burlar a lei, de se esquivar e fugir da obrigação do reflorestamento.
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Sempre há um jeitinho de não cumprir os mandamentos da lei ambiental. Paga-se a multa depois do crime, acusa-se os outros pelo mal feito, enquanto isso o verde desaparece mais e mais. Ora são as queimadas, de outra feita foi uma desinformação de algum subalterno e no final ninguém repõe o que foi degradado.
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O calor vai castigar cada vez mais Votuporanga. Infelizmente essa é a tendência, se não houver uma política mais incisiva para enfrentar esta situação.
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João Fidélis de Campos Filho- Cirurgião-Dentista

http://jofideli.blogspot.com/  





10 de dezembro de 2010

O Planeta Agoniza-João Fidélis de Campos Filho*

Países ricos e pobres reunidos em Cancun (México) na décima sexta Conferência da ONU sobre o clima (COP16) colocam sobre a mesa suas divergências numa disputa renhida onde cada centímetro do cabo de guerra puxado pelos oponentes vale milhões de dólares ou muito prestígio político. Em um mundo cada vez mais atento e preocupado com os efeitos nocivos da poluição, o desmatamento e a emissão de gases industriais que têm aumentado a temperatura do planeta, as pressões fluem de todos os setores representativos da sociedade mundial para que se chegue a acordo que amplie as responsabilidades de cada nação. O Greenpeace realizou um criativo protesto esta semana colocando maquetes dos principais símbolos de importantes nações, como a Estátua da Liberdade, a Torre Eiffel, as Pirâmides do Egito, o Cristo Redentor, no mar e deixando-as afundar para demonstrar a indignação com o posicionamento dos governos em relação a um acordo que beneficie o planeta em Cancun.

Como foi dito no início os países ricos permanecem irremovíveis em aderir integralmente ao Protocolo de Kyoto, em especial EUA e China (os vilões da emissão de poluentes) que até agora não assinaram o Protocolo e se negam a fazer a sua parte. Para piorar o Japão, Canadá e Rússia ameaçam a abandonar o acordo, que expira em 2012, se os países emergentes, principalmente China e Índia, não se comprometerem a fazer a parte deles, reduzindo também a emissão. Pelo que se vê nesta queda de braço mesmo as conquistas adquiridas até o momento podem ir por água abaixo.

Por outro lado os países pobres e os emergentes, incluindo aí o Brasil, lutam pela aprovação de um fundo internacional para os ajudarem a se adaptar às novas mudanças climáticas e também os prejuízos com a sua parte no acordo. Estes países culpam as nações desenvolvidas pelo atual estado de deterioração do meio ambiente e cobram deles a doação para o fundo. Este quebra-cabeça tem um apimentado ingrediente neste ano que é a atual crise econômica, cujos efeitos recessivos e alto nível de desemprego na Europa e EUA, levanta reações nacionalistas e provoca desinteresse destas nações em mudanças que afetem ainda mais este quadro.

As pressões de ambientalistas continuam, principalmente agora que os efeitos do aquecimento global têm provocado tantos estragos em todo planeta, com inundações, incêndios, aumento da desertificação, etc. e ocasionando mortes e uma série de catástrofes e mortes. È importante lembrar que os adiamentos de medidas essenciais para a melhoria das condições climáticas podem agravar e acelerar os problemas ambientais do mundo todo, pois sabe-se que apesar das diferenças de raça, cultura, poder econômico e bélico, a população mundial faz parte de um único ecossistema gigantesco e constitui uma aldeia global.

Teme-se que as divergências entre ricos e pobres na COP 16 em Cancun repitam o que aconteceu em Copenhague no ano passado onde os debates não resultaram num compromisso efetivo de redução dos gases estufa. De qualquer fica claro que as medidas não podem ser colocadas em baixo do tapete, pois as conseqüências podem ser drásticas.

João Fidélis de Campos-Cirurgião-Dentista-Votuporanga-SP