"Os bons ideais aproximam as pessoas que olham o mundo não apenas para si, mas para todos"Rivaldo R. Ribeiro

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21 de abril de 2011

BELO MONTE

Questão ambiental:

A região pleiteada pela obra apresenta incrível biodiversidade de fauna e flora. No caso dos animais, 174 espécies de peixes, 387 espécies de répteis, 440 espécies de aves e 259 espécies de mamíferos, algumas espécies endêmicas (aquelas que só ocorrem na região), e outras ameaçadas de extinção. O grupo de ictiólogos do Painel dos Especialistas tem alertado para o caráter irreversível dos impactos sobre a fauna aquática (peixes e quelônios) no trecho de vazão reduzida (TVR) do rio Xingu, que afeta mais de 100 km de rio, demonstrando a inviabilidade do empreendimento do ponto de vista ambiental. Segundo os pesquisadores, a bacia do Xingu apresenta significante riqueza de biodiversidade de peixes, com cerca de quatro vezes o total de espécies encontradas em toda a Europa. Essa biodiversidade é devida inclusive às barreiras geográficas das corredeiras e pedrais da Volta Grande do Xingu, no município de Altamira (PA), que isolam em duas regiões o ambiente aquático da bacia. O sistema de eclusa poderia romper esse isolamento, causando a perda irreversível de centenas de espécies.

Questão cultural e impactos da obra sobre as populações indígenas:

O projeto tem desconsiderado o fato de o rio Xingu (PA) ser o ‘mais indígena’ dos rios brasileiros, com uma população de 13 mil índios e 24 grupos étnicos vivendo ao longo de sua bacia. O barramento do Xingu representa a condenação dos seus povos e das culturas milenares que lá sempre residiram.

Thales Pereira

9 de abril de 2011

São Jose do Rio Preto/SP é uma cidade quente e no verão isso se agrava por causa da falta de arborização. A criação de bosques e florestas ao seu redor e uma forte arborização urbana pode diminuir os temporais que sempre caem sobre a cidade.



São Jose do Rio Preto é a maior cidade sita a noroeste do Estado de São Paulo e junto com todo o planeta também está elevando a sua temperatura, mas existem causas locais e regionais que podem ser combatidas. Uma delas é a poluição da grande frota de veículos e a isso podemos somar a queima de cana de açúcar mesmo proibida no seu município, mas recebe a influencia dessa poluição, pois a cidade está encravada entre outros municípios onde a queima ainda é permitida.

E o aquecimento centralizado a torna uma ilha de calor, atraindo tempestades com fortes ventos e grandes índices pluviométricos em curto espaço de tempo. Causando enchentes muitas vezes devastadoras com mortes e perdas materiais.

Mesmo sendo uma das cidades mais arborizadas do estado de São Paulo, aumentar ostensivamente a sua arborização é uma solução possível para resolver o problema do seu aquecimento. Formando corredores arborizados nas avenidas e destinando áreas na periferia para formação de bosques ou pequenas florestas.

Um exemplo incontestável é a cidade de Belém do Pará-cidade das mangueiras que é densamente arborizada com mangueiras, por isso é conhecida como Cidade das Mangueiras, essas arvores conseguem reduzir o calor no verão em até 4 graus no centro da daquela cidade.

O resfriamento de uma cidade repele ou diminui as pesadas nuvens de chuvas por um simples razão: quando somos atingidos pelas frentes frias ela atua com mais violência nas regiões mais quentes, um fenômeno por causa da equação entre a densidade do clima frio X clima quente. Pois o ar mais quente é de pouca densidade e não oferece resistência a força das frentes frias. Porque os balões que são inflados com ar quente sobem mais com o clima frio?

Assim uma cidade como São Jose do Rio Preto que já é uma ilha de calor se torna como se fosse uma foz de um rio. Um ponto ideal para despejar toda a agua dos temporais naquela única região onde a temperatura está mais elevada, portando com baixa resistência atmosférica incapaz de barrar a violência dos temporais.

Concluindo as autoridades das grandes cidades devem urgentemente arborizar suas cidades na tentativa do resfriamento do calor localizado evitando essas ilhas de calor, que quase certo é a principal causa das grandes tempestades localizadas exatamente sobre essas cidades.

E São José do Rio Preto/SP como uma cidade quente não deixa de ser um exemplo da minha teoria.

Vamos resfriar São Jose do Rio Preto/SP, alem de transformá-la numa cidade de clima agradável provavelmente irá diminuir bastantes à quantidade de agua das chuvas que despejam sobre essa bela cidade. Livrando o município das vultosas despesas por causa dos danos das tempestades que vem aumentando.

“A humanidade deve conscientizar que a vida está alicerçada nas florestas, portanto devemos respeitar e amar cada pé de arvore.”


7 de abril de 2011

A quem serve a transposição das águas do São Francisco?

"O risco final é que, atravessando acidentes geográficos consideráveis, como a elevação da escarpa sul da Chapada do Araripe - com grande gasto de energia!-, a transposição acabe por significar apenas um canal tímido de água, de duvidosa validade econômica e interesse social, de grande custo, e que acabaria, sobretudo, por movimentar o mercado especulativo, da terra e da política", escreve Aziz Ab´Sáber, geógrafo, professor e escritor, em artigo publicado pela Agência Envolverde. Segundo ele, "no fim, tudo apareceria como o movimento geral de transformar todo o espaço em mercadoria".

É compreensível que em um país de dimensões tão grandiosas, no contexto da tropicalidade, surjam muitas ideias e propostas incompletas para atenuar ou procurar resolver problemas de regiões críticas. Entretanto, é impossível tolerar propostas demagógicas de pseudotécnicos não preparados para prever os múltiplos impactos sociais, econômicos e ecológicos de projetos teimosamente enfatizados.

Nesse sentido, bons projetos são todos aqueles que possam atender às expectativas de todas as classes sociais regionais, de modo equilibrado e justo, longe de favorecer apenas alguns especuladores contumazes. Nas discussões que ora se travam sobre a questão da transposição de águas do São Francisco para o setor norte do Nordeste Seco, existem alguns argumentos tão fantasiosos e mentirosos que merecem ser corrigidos em primeiro lugar. Referimo-nos ao fato de que a transposição das águas resolveria os grandes problemas sociais existentes na região semiárida do Brasil.

Trata-se de um argumento completamente infeliz lançado por alguém que sabe de antemão que os brasileiros extra-nordestinos desconhecem a realidade dos espaços físicos, sociais, ecológicos e políticos do grande Nordeste do País, onde se encontra a região semiárida mais povoada do mundo.

O Nordeste Seco, delimitado pelo espaço até onde se estendem as caatingas e os rios intermitentes, sazonários e exoreicos (que chegam ao mar), abrange um espaço fisiográfico socioambiental da ordem de 750.000 quilômetros quadrados, enquanto a área que pretensamente receberá grandes benefícios abrange dois projetos lineares que somam apenas alguns milhares de quilômetros nas bacias do rio Jaguaribe (Ceará) e Piranhas/Açu, no Rio Grande do Norte. Portanto, dizer que o projeto de transposição de águas do São Francisco para além Araripe vai resolver problemas do espaço total do semiárido brasileiro não passa de uma distorção falaciosa.

Um problema essencial na discussão das questões envolvidas no projeto de transposição de águas do São Francisco para os rios do Ceará e Rio Grande do Norte, diz respeito ao equilíbrio que deveria ser mantido entre as águas que seriam obrigatórias para as importantíssimas hidrelétricas já implantadas no médio/baixo vale do rio - Paulo Afonso, Itaparica e Xingó.

Devendo ser registrado que as barragens ali implantadas são fatos pontuais, mas a energia ali produzida, e transmitida para todo o Nordeste, constitui um tipo de planejamento da mais alta relevância para o espaço total da região.

Segue-se na ordem dos tratamentos exigidos pela ideia de transpor águas do São Francisco para além Araripe a questão essencial a ser feita para políticos, técnicos acoplados e demagogos: a quem vai servir a transposição das águas?

Os "vazanteiros" que fazem horticultura no leito dos rios que "cortam" - que perdem fluxo durante o ano - serão os primeiros a ser totalmente prejudicados. Mas os técnicos insensíveis dirão com enfado: "A cultura de vazante já era". Sem ao menos dar qualquer prioridade para a realocação dos heróis que abastecem as feiras dos sertões. A eles se deve conceder a prioridade maior em relação aos espaços irrigáveis que viessem a ser identificados e implantados. De imediato, porém, serão os fazendeiros pecuaristas da beira alta e colinas sertanejas que terão água disponível para o gado, nos cinco ou seis meses que os rios da região não correm.

Um projeto inteligente e viável sobre transposição de águas, captação e utilização de águas da estação chuvosa e multiplicação de poços ou cisternas tem que envolver obrigatoriamente conhecimento sobre a dinâmica climática regional do Nordeste. No caso de projetos de transposição de águas, há de ter consciência que o período de maior necessidade será aquele que os rios sertanejos intermitentes perdem correnteza por cinco a sete meses.

Trata-se, porém, do mesmo período que o rio São Francisco torna-se menos volumoso e mais esquálido. Entretanto, é nesta época do ano que haverá maior necessidade de reservas do mesmo para hidrelétricas regionais. A afoiteza com que se está pressionando o governo para se conceder grandes verbas para início das obras de transposição das águas do São Francisco terá consequências imediatas para os especuladores de todos os naipes.

O risco final é que, atravessando acidentes geográficos consideráveis, como a elevação da escarpa sul da Chapada do Araripe - com grande gasto de energia!-, a transposição acabe por significar apenas um canal tímido de água, de duvidosa validade econômica e interesse social, de grande custo, e que acabaria, sobretudo, por movimentar o mercado especulativo, da terra e da política.

No fim, tudo apareceria como o movimento geral de transformar todo o espaço em mercadoria.

http://www.cptnacional.org.br