"Os bons ideais aproximam as pessoas que olham o mundo não apenas para si, mas para todos"Rivaldo R. Ribeiro

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18 de junho de 2011

URGENTE-CRIANÇA DESAPARECIDA.



Menino de 4 anos desaparece em fazenda em Catiguá , SP



Se alguém ver esse menino, entre em contato com a policia de Catigua-SP. Ele sumiu sábado dia 04/06/2011.

A familia está desesperada e o caso está comovendo a todos nós da região de São José do Rio Preto

14 de junho de 2011

Palhada da cana auxilia na diminuição do efeito estufa-Por Sandra O. Monteiro - sandra.monteiro@usp.br

Estudo desenvolvido no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) da USP, em Piracicaba, comprova por meio de um modelo matemático denominado Century, que manter a palhada — restos da cana que ficam no solo após a colheita — aumenta significativamente a fixação de carbono na terra. O trabalho também confirma que a colheita mecanizada da cana-de-açúcar diminui a emissão de gás carbônico para a atmosfera, atenuando o efeito estufa.

Manter a palhada aumenta fixação de carbono na terraOs dados para o estudo foram obtidos pelo pesquisador Marcelo Valadares Galdos, atualmente no Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), de duas formas distintas. A primeira, por meio da coleta de amostras de solo em locais de colheita com queimada e de colheita mecanizada a partir da cronossequência, que consiste na retirada de amostras distintas do solo que possam demonstrar as diferenças ocasionadas pelo tempo. E, a outra, por informações do Instituto de Pesquisa da Cana-de-açúcar da África do Sul sobre solos com até 60 anos consecutivos de colheita sem queima.

A partir disto, utilizando-se o modelo matemático Century, desenvolvido pela Colorado State University (EUA), adaptado para a análise de dados de solos de plantações de cana-de-açúcar, foi possível prever cenários futuros para estas regiões.

Galdos explica que o procedimento dele e de outros pesquisadores foi “calibrar e validar um modelo computacional com dados de plantações da África do Sul e das cidades de Goiana (Pernambuco), Timbaúba (Pernambuco) e Pradópolis (São Paulo), para simular fluxos de carbono e nutrientes entre o solo, a planta e a atmosfera.”

Em Pradópolis, por exemplo, a manutenção da palhada no solo aumentou a fixação de carbono em 1200 Kilos por hectare por ano.

O professor Carlos Cerri, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) da USP, em Piracicaba, que também participou da pesquisa, diz que “a quantidade de carbono que será fixada no solo depende do tipo de solo, do clima, do manejo da cultura, da forma da colheita, entre outros fatores. O solo argiloso, por exemplo, consegue fixar muito mais carbono do que o solo arenoso. Assim, como a fixação do carbono em lugares de climas frios é bem melhor do que em locais de climas quentes, onde a decomposição ocorre mais rapidamente.” A colheita mecanizada propicia a manutenção da palhada sobre o solo. Galdos complementa que “durante o processo de decomposição desse material, parte do carbono fica incorporada ao solo. Esse processo é conhecido como ‘sequestro de carbono’. Sua importância reside no fato de representar uma diminuição significativa no resultado do cálculo do ‘carbon footprint’ do etanol”.

Queimadas versus mecanização

A cana-de-açúcar durante a fotossíntese, processo de obtenção de energia da planta, retira gás carbônico do ar. O gás carbônico é transformado pela planta em compostos orgânicos que são incorporados pelas raízes, colmo (caule da cana) e folhas.

Quando a colheita é feita por meio da queimada das folhas, o carbono presente nos compostos orgânicos vai direto para a atmosfera em forma de gás carbônico, como produto da combustão. Em contrapartida, quando a cana é colhida mecanicamente sem queima, parte do carbono não volta para a atmosfera e é fixado no solo.


Etanol ou gasolina

Segundo o pesquisador, a vantagem de colheitas mecanizadas faz com que “plantações de cana-de-açúcar destinadas à produção de etanol tornem este biocombustível duplamente mais benéfico do que a gasolina. Pois, o gás carbônico liberado na combustão do etanol é o mesmo consumido durante a fotossíntese da cana. Na combustão da gasolina esta reciclagem não ocorre.”

O estudo foi contemplado com o 2º Prêmio Top Etanol, na categoria Trabalho Acadêmico. O artigo resultante do estudo, publicado na Soil Science Society of America Journal, é parte da tese de doutorado do agrônomo Marcelo Valadares Galdos que foi defendida na Esalq e orientada pelo professor Carlos Cerri do CENA.

Também participaram do estudo, Keith Paustian da Colorado State University (EUA), Rianto Van Antwerpen, do Instituto de Pesquisa da Cana-de-açúcar da África do Sul, e Carlos Eduardo Cerri, da Esalq

Com informações da Assessoria de Imprensa do CENA

Agência USP de Notícias 


9 de junho de 2011

Laudos concluem que casal de extrativistas teve morte instantânea

Da Redação
Agência Pará de Notícias

A polícia civil do Pará recebeu na tarde desta quarta-feira (8), no município de Marabá, os laudos relativos à necropsia e ao local das mortes do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santos da Silva, ocorridas no último dia 24 de maio, em Nova Ipixuna, município do sudeste do Estado. Com a conclusão dos laudos, a polícia dá um passo importante para a elucidação dos crimes, informou o delegado geral adjunto da Polícia Civil, Rilmar Firmino de Sousa, que há 16 dias acompanha as investigações da sede da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca), em Marabá.

De acordo com o laudo, o casal foi atingido por arma de fogo, uma espingarda, em disparos feitos da esquerda para a direita. O chumbo ou “balim” perfurou órgãos vitais, causando morte imediata. Os laudos integram outras três peças importantes para o esclarecimento das mortes, como o georreferenciamento da área do crime, a perícia técnica no aparelho celular de uma das vítimas e o exame de balística. Estes três últimos ainda não têm prazos para a entrega.

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5 de junho de 2011

AS MORTES DOS AMBIENTALISTAS, OS' ÚLTIMOS MOMENTOS -(Felipe Milanez-CARTA CAPITAL)

A noite ainda cobria a floresta quando, por volta das 4h30 da manhã da terça-feira 24 de maio, uma moto vermelha passou em frente à Encruzilhada da Morte, apelido de um boteco localizado no assentamento Praia Alta-Piranheira, na área rural de Nova Ipixuna, no Pará. Seguiu em alta velocidade e cruzou a pequena vila de Maçaranduba. Sobre ela, dois homens carregavam uma mochila comprida. A dupla andava rápido por um motivo: era preciso chegar antes ao local planejado e preparar a tocaia. Certamente, não haveria outra oportunidade tão cedo.

Alguns quilômetros adiante, a moto parou em frente a uma ponte em más condições sobre um igarapé: uma tora de madeira semiafundada e, ao lado, uma prancha levantada. Passar ali exige cuidado. No fim da ponte, uma ladeira encobre a visão de quem a atravessa, local perfeito para emboscada. A dupla camuflou-se no mato, em um ponto de onde era possível enxergar até o topo da ladeira e não ser visto. E esperou.

Não muito longe, Maria do Espírito Santo se levantou assim que o sol surgiu por entre as árvores. Despertou o marido, José Cláudio Ribeiro, saiu pela varanda da casa, caminhou cerca de 5 metros e foi até a cozinha preparar o café. José Cláudio veio em seguida. Por volta das 7 da manhã, dia claro, o casal saiu. Passaram, como de costume, na casa de Laíse Santos Sampaio, vizinha, irmã e confidente de Maria. E foram para a cidade. Precisavam buscar logo o dinheiro que faltava para enviar à irmã de José Cláudio, que vive no Tocantins e está mal de saúde. Haviam conseguido com uma vizinha 700 reais emprestados. Mas os outros 1,3 mil reais viriam de uma amiga em Marabá. José Cláudio guiava a moto, Maria ia na garupa...
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2 de junho de 2011

Para que mais uma morte de pobre não vire estatística ou vaia de ruralista, por Eliane Brum

A semana passada foi uma vergonha para este país. No mesmo dia em que a Câmara dos Deputados aprovou um Código Florestal que beneficia quem vem acabando com o meio ambiente e comprometendo o futuro de todos os brasileiros – e também do planeta –, foram assassinados dois líderes extrativistas que defendiam o manejo sustentável da floresta. José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo Silva foram mortos a tiros na terça-feira, 24/5, em Nova Ipixuna, no sudeste do Pará. Depois, José Cláudio teve parte da orelha decepada. Quando foi anunciado na Câmara o duplo assassinato, o que fez a bancada ruralista? Vaiou. Dois brasileiros foram executados – e alguns de nossos representantes vaiaram.

Como Chico Mendes e Dorothy Stang, o casal também avisava há muito, como mostra este vídeo, que estava “com uma bala na cabeça”. E, como parece sempre acontecer nesse país, a profecia se realizou. Mas, diferente de Chico Mendes e de Dorothy Stang, o espaço dado à sua morte na imprensa foi bem menor. Possivelmente porque a luta de Chico Mendes foi noticiada primeiro pelo New York Times – e Dorothy Stang tinha família americana. Assim como os outros 18 executados no ano passado no Pará por conflitos agrários, como mostra a matéria Eles morreram pela floresta, José Cláudio e Maria eram brasileiros pobres que lutavam pelo que nós todos deveríamos estar lutando. E morreram porque não foram escutados. Também por nós.

Foi uma semana feliz para os assassinos do Brasil – os assassinos de gente, e os de futuro que circulam pelo Congresso. Prestem atenção na votação do novo Código Florestal no Senado, anotem o nome de quem faz o que, porque é uma ideia de país que está em jogo. Não custa lembrar que todos aqueles homens e mulheres que estão decidindo o nosso futuro – boa parte deles mais preocupado com o próprio presente – foram escolhidos e legitimados pelo nosso voto, o que nos coloca na condição de cúmplices da ruína ética a que assistimos no Congresso mandato após mandato. Na sexta-feira, 27/5, Adelino Ramos, outra liderança que combatia o desmatamento da floresta, foi assassinado quando vendia verduras. Desta vez, em Rondônia. Coincidência?
Não é com parlamentares como estes – capazes de queimar a Amazônia em benefício próprio e vaiar quando é anunciado o assassinato de brasileiros que defendiam a floresta – que vamos a algum lugar. Nem com cidadãos que testemunham a indignidade e seguem calados. Essa classe de políticos só tem a ousadia de ser tão vil em suas barganhas e em seus atos porque sabe que sempre pode contar com a nossa omissão.

Não há nenhuma discussão, hoje, no país, mais importante que a do Código Florestal. Seu desfecho determinará muito do que seremos – ou não seremos. Quem sabe ainda dê tempo para mais gente estranhar um Código Florestal que anistia desmatadores ser aprovado pela Câmara em pleno ano de 2011, quando o desafio urgente é – ou deveria ser – o desenvolvimento sustentável do país. E mais gente comece a desconfiar que assassinatos de defensores da Amazônia não combinam com as pretensões do Brasil de ocupar um lugar de destaque no cenário mundial.

Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo).

Artigo originalmente publicado na coluna de Eliane Brun, na revista Época Online

EcoDebate, 01/06/2011

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