Fonte: Árvore, Ser Tecnológico
Está mais que provado que o uso de agrotóxicos pulverizados tem efeitos socioambientais devastadores: desde o extermínio de insetos fundamentais para a polinização e base de cadeias alimentares até a contaminação da água e do ar, afetando todos os seres vivos e causando doenças na população, que vão de câncer a má-formação fetal.
O controle biológico, como alternativa aos venenos no meio rural, já é uma estratégia promovida pela FAO em relatórios sobre a transição para uma agricultura sustentável. Na Europa, iniciativas como a Farm to Fork (Da Fazenda ao Garfo) – que busca reduzir em 50% o uso de agrotóxicos até 2030 – e a Rede Europeia de Agrofloresta (AEF) têm conectado pesquisadores e agricultores para melhorar a saúde do solo e proteger a biodiversidade. Nos Países Baixos e na França, produtores estão resgatando práticas ancestrais e antigos saberes. Na Suíça, pesquisadores estudam o uso de flores silvestres, como centáureas, coentro, trigo-sarraceno, papoula e endro, para o controle biológico de pragas.
Fora do bloco europeu, a Inglaterra também vem trabalhando para reduzir a dependência de químicos na agricultura e diminuir o envenenamento da população. Um exemplo é o uso de flores silvestres para atrair predadores naturais das pragas. Em 2012, o Centro para Ecologia e Hidrologia (CEH) do Reino Unido realizou um estudo em 15 grandes fazendas para testar como a inserção de faixas de flores silvestres no meio das lavouras poderia aumentar a presença de joaninhas, abelhas e outros insetos benéficos. Foram escolhidas espécies como margarida-de-boi, trevo-vermelho e cenoura-selvagem. Antes, essas flores só eram encontradas ao redor das fazendas.
A substituição de pesticidas por métodos naturais é fundamental não apenas para a saúde do planeta, mas também para a segurança alimentar da humanidade.
Precisamos escancarar as artimanhas da bancada ruralista, que defende os interesses da indústria dos venenos. Coletivamente, devemos enfrentar esse lobby do agro no Congresso, desmascarar suas mentiras e lutar pela transição para uma agricultura verdadeiramente sustentável e resilientes.
Saiba mais:
Stripes of wildflowers across farm fields could cut pesticide spraying – The Guardian: https://bit.ly/3L7C4oN
“Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson (1962): https://abre.ai/llcR
“Atlas dos Agrotóxicos”, de Larissa Bombardi (2017): https://abre.ai/llcT
“Agrotóxicos e Colonialismo Químico”, capítulo 3, de Larissa Bombardi (2023): https://abre.ai/llcV
Malaria e a Primavera Silenciosa | PBS: https://abre.ai/llcW
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