"Os bons ideais aproximam as pessoas que olham o mundo não apenas para si, mas para todos"Rivaldo R. Ribeiro

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8 de março de 2011

DEUS NOS ACUDA


A Terra está doente. Nossos termômetros já registraram a febre convulsiva, seguida da morbidez gélida. Extremos dos extremos, quente e frio, a provocar ânsias à pobre paciente. Painel claro das visões apocalípticas. Enfim, chegou o fim? Antes que me definam como mais um profeta do fim dos tempos, ouçamos o arfar sorumbático, o pulsar de agonia, o ressonar de um ventre em reboliço, os estertores claros desse planeta a nos pedir piedade. É possível sentir o descompasso com a harmonia do universo. A Terra agoniza! Ouço já os clarins celestiais. Aquela trombeta, aqueles acordes...


Ouçam: não seria o “Silêncio”? Não. É um brado, um grito dos anjos: “Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos assinalado os servos de nosso Deus em suas frontes” (Ap 7,3). Não destruamos, antes que o tempo se cumpra, esse paraíso que herdamos como morada provisória, acampamento transitório da vida que ainda aprimoramos. Enquanto não cumprirmos a tarefa de levar todos os homens à ciência de Deus, enquanto houver um único vivente sem que lhe tenha sido dado a oportunidade de conversão ou a graça do batismo na fé que nos move, a Terra continuará sendo chão de oportunidades, solo da esperança, base dos nossos sonhos.

Não descartemos, antes da hora, o que é essencial para a compreensão dos mistérios que nos cercam. A matéria é o invólucro necessário para a percepção e descoberta do espírito. A Terra, mãe geradora de toda e qualquer fórmula de vida, é o veículo sagrado que nos conduz e nos gera para a vida plena, a perfeição que nos oferece Deus-Pai. Infelizmente, e por conta do individualismo dos interesses, da ganância pessoal e da torpe cegueira que nos impede de respeitar o bem comum, já é possível visualizar sinais de alerta quanto ao incerto futuro do nosso planeta. “O primeiro anjo tocou. Saraiva e fogo, misturados com sangue, foram lançados à terra, e queimou-se uma terça parte da terra, uma terça parte das árvores e toda erva verde” (Ap 8,7). O dia seguinte ainda é sinal de esperança; pior quando inexistir o amanhã!

Eis o alerta global: “Pela primeira vez, cientistas afirmam que a temperatura da Terra bateu o recorde dos últimos cem anos!” Querem mais? Pois vejam as catástrofes que se sucedem, observem o murmurinho das centenas ou milhares de vítimas que a “fúria” da natureza contabiliza aqui e acolá, ouçam o rufar monótono dos furacões e tempestades cada dia mais corriqueiro... É, que Deus nos acuda! Que Deus, força criadora e geradora de tudo, até de nossa fé, possa lançar seu olhar de misericórdia sobre sua obra. Quem sabe ainda tenhamos uma nova chance, mais uma oportunidade de recomposição diante das maravilhas que nossos olhos ainda contemplam. Porque, crentes ou ateus, não importa, todos somos unânimes em reconhecer na natureza, na vida, no universo que nos cerca a mais bela das poesias, o mais inspirado dos acordes, a mais perfeita das declarações de amor à vida. Deus seja louvado!

Porque sua obra canta os louvores que deixamos de cantar... Mas não seja por isso! Se deixarmos de lado a espiritualidade que nos é peculiar, as pedras vejam bem, as pedras louvarão ao Senhor. Nossa esperança se prende ao bom senso coletivo, ao instinto de sobrevivência que ainda perdura entre os vivos... Oxalá, esse instinto esteja presente também na vida espiritual. Do contrário, não restará pedra sobre pedra, nem na igreja de Pedro!

WAGNER PEDRO MENEZES



Fonte blog Palavra de Deus:

http://www.wmeac.blogspot.com/

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