"Os bons ideais aproximam as pessoas que olham o mundo não apenas para si, mas para todos"Rivaldo R. Ribeiro

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1 de dezembro de 2010

MISTÉRIOS QUE NOS RONDAM


O gigantismo do Universo foge dos padrões métricos e numéricos que bem conhecemos. Imagine: cada estrela que cintila sobre nossas cabeças é um Sistema Solar. Presume-se que sejam bilhões, talvez trilhões deles. Em 1600, o monge Giordano Bruno foi queimado vivo, por acreditar na existência de “um número infinito de sóis”. Estava certo.

Hoje, a fogueira crepita por dentro de nossas imaginações; nossa ansiedade por desvendar os mistérios. Segundo Marcelo Gleiser, colunista versado nos mistérios interestelares, “o cosmo é um jardim encantado”. Neste, a mão poderosa do Criador agiu com a profícua generosidade de seu coração. Fez do Universo a máxima expressão de seu infinito amor, um paraíso sem limites.

Nele nos colocou. O mais espetacular é a consciência que hoje temos de quão insignificante é nosso território. Diz Gleiser: “nosso Sistema Solar não é único. Pelo contrário, parece que a maioria absoluta das estrelas tem planetas girando à sua volta, se bem que poucos com propriedades da Terra, ou seja, na distância “certa” de suas estrelas para que a água ocorra no estado líquido. Mesmo assim, se apenas 0,1% das estrelas na nossa galáxia tiverem planetas semelhantes à Terra, são ainda em torno de 100 milhões de Terra”. Isso mesmo: cem milhões de planetas iguais ao nosso, numa escala de possibilidades próxima a 0,1%!

Números astronômicos, no seu sentido pleno. Se quiséssemos “visitar” a estrela mais próxima do nosso Sistema, eis alguns dados da viagem: à velocidade da luz (300 mil km por segundo), levaríamos quatro anos e meio para atingir nosso objetivo. Como ainda não possuímos um transporte tão eficiente, tomemos uma sonda espacial terrestre, capaz de atingir a espantosa velocidade de 840 km por segundo. Chegaríamos à nossa vizinha após uma viagem de aproximadamente 78 mil anos. Quer mais?

Isso nos dá um parâmetro do quão insignificante somos diante do Universo que Deus nos deu. Façamos uma escala proporcional. Sendo o Sol uma pequena azeitona, a Terra seria um grão de areia, a uma distancia de 90 cm. A estrela mais próxima estaria a 220 km de distância do nosso “Sol”. Melhor engolirmos essa azeitona!

Como vemos, nossa prepotência e presunção de nos acharmos donos da verdade e maiorais neste universo de mistérios, não tem razão de ser. “A ciência não consegue decifrar o mistério da natureza, porque nós somos parte dele”, disse Max Planck, físico alemão ganhador do Prêmio Nobel de 1918. Mistérios por mistérios, o maior deles ainda é nossa própria existência, o privilégio de conquistarmos, dominarmos, usufruirmos todas as riquezas que nos concede Deus-Pai neste insignificante, porém precioso grão de areia que nos dá guarida. Aqui somos senhores absolutos. Conservá-lo ou destruí-lo, transformá-lo para melhor, depende de cada um de nós. Somos os guardiões desse planeta, o paraíso que Deus nos confiou.

“Vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes. Destes-lhes poder sobre as obras de vossas mãos, vós lhe submetestes todo o universo (Sl 8,6-7)”. Só a fé nos fornece as respostas que buscamos, para compreender nossa odisséia neste universo. Para os povos da Bíblia, a simples contemplação dos mistérios se constituía em matéria de fé e gratidão a Deus. Para o homem moderno, a cegueira de sua pretensa sabedoria impede a visão do óbvio, o milagre da Criação. “Narram os céus a glória de Deus, e o firmamento anuncia a obra de suas mãos” (Sl 18,20).

WAGNER PEDRO MENEZES -Assis-SP


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