"Os bons ideais aproximam as pessoas que olham o mundo não apenas para si, mas para todos"Rivaldo R. Ribeiro

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3 de novembro de 2018

POR UM NOVO AMBIENTALISMO !

Por Dirceu Pio

“Erradíssimo, trágico, equívoco, engano, um caminho sem volta...” Quem vê as críticas – pesadas ! – que os velhos e novos opositores disparam contra Jair Bolsonaro por anunciar sua intenção (aparentemente, já sepultada) de fundir os ministérios da Agricultura e Meio-Ambiente vai achar que o Brasil possui uma política ambiental próxima da perfeição.
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Só que não ! A política ambiental brasileira – usando um adjetivo até suave – é grotesca !
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Não deve existir outro termo para definir esse já antigo jogo de faz-de-conta onde uma legislação faz-de-conta que protege, mas só trava a economia ao invés de proteger; um dispendioso aparato de fiscalização faz-de-conta que fiscaliza e deixa acontecer, em Mariana (MG), o maior desastre ambiental da história do Brasil, uma síntese perfeita do ambientalismo de araque a que este país é submetido.
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FOI EM 2015
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Ocorrido em 05 de novembro de 2015, o desastre de Mariana escancarou todas as facetas da nossa tragédia ambiental:
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1)- Meses antes do estouro da barragem do Fundão (resíduos da mineração de ferro que a Samarco, empresa que resultou da sociedade entre a Vale do Rio Doce e a australiana BHP-Billinton) relatórios técnicos de organismos ambientais demonstravam que o depósito deveria ser interditado urgentemente porque a sua capacidade estava esgotada e havia o risco de rompimento.
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2)- Assim que o derrame ocorreu, a Câmara Federal e as duas Assembleias Legislativas dos estados atingidos (MG e ES) formaram comissões interpartidárias para investigar as causas do desastre. Descobriu-se em seguida que 80% de todos os deputados, inclusive os do PV, que formaram essas comissões haviam recebido somas generosas da Vale do Rio Doce “para ajudar na campanha”.
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3). O desastre de Mariana chama a atenção do Brasil para a inoperância dos organismos ambientais federais, como o IBAMA, que nem fiscaliza e não pune e se pune não recebe pelas multas que aplica. Os jornais da época noticiaram que o Ibama só recebia 8,7% das multas que aplicava.
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4). A tragédia de Mariana escancarou também a omissão de entidades ambientais como o Greenpeace ou a SOS Mata Atântica; enquanto a primeira manteve-se distante dos problemas, a segunda esteve por lá para medir a turbidez do Rio Doce. Sou sócio-fundador da SOS Mata Atlântica e hoje, desolado, vejo que a entidade transformou-se num projeto acéfalo preocupado em medir a turbidez de rios sabidamente poluídos ou em ensinar as pessoas a fazer xixi enquanto tomam banho.
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MUITA DESOLAÇÃO
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O cenário, no geral é desolador. E como pano de fundo de todas as nossas tragédias ambientais, tanto daquelas que já aconteceram, como daquelas que ainda poderão acontecer, está a péssima qualidade da nossa classe política, incapaz até agora de reorientar o ambientalismo.
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Vejam o caso de Marina Silva, que sequer esteve em Mariana; foi uma das primeiras a se manifestar contra a fusão. Ela disse:
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- Estamos inaugurando o tempo trágico da proteção ambiental igual a nada. Nem bem começou o governo Bolsonaro e o retrocesso anunciado é incalculável...
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Ainda bem que sua voz foi abafada nas catacumbas em que sabiamente o eleitor a colocou neste histórico pleito de 2018.
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O AGRONEGÓCIO AVANÇOU
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O agronegócio, por sua vez, foi o único segmento da economia que avançou em meio ambiente, o que tem sido demonstrado em vários artigos do geógrafo da Embrapa, Evaristo Miranda.
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E por que avançou ?
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Simples: porque aprendeu na carne e no bolso que toda agressão praticada contra o meio-ambiente volta-se contra quem a praticou sempre de modo dramático !
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E o bate-cabeça e o faz-de-conta prosseguem em quase todos os demais segmentos. Não poderia faltar, é claro, mais uma contribuição do socialismo corrupto.
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O jornalista Fernando Gabeira já se referiu a isso em recente artigo: como as Ongs sempre dependeram de verbas oficiais, o ambientalismo foi inoculado pelo viés ideológico petista...
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BOLSONARO PREOCUPADO
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Antes e após a eleição, Jair Bolsonaro tem se referido ao quanto as leis ambientais, seja por inadequação, seja por viés ideológico, têm perturbado a economia: “Vejam o caso da psicultura...ela pode trazer um ganho adicional extraordinário aos pequenos produtores rurais...aí o cara quer fazer um tanque pra criar peixe em sua propriedade e vem o licenciamento ambiental e diz: não pode !“- disse Bolsonaro em recente entrevista ao SBT.
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Pelo que me parece, a única pessoa a fazer uma crítica pertinente à ideia da fusão foi a modelo Gisele Bunchen. Ela disse:
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- Fragilizar a autoridade representada pelo Ministério do Meio Ambiente, no momento em que as preocupações com as ameaças da mudança climática e do desmatamento se intensificam, pode ser desastroso e um caminho sem volta.
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Eis o ponto sensível que muito provavelmente levou o presidente eleito a refletir melhor sobre o assunto.
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Tanto quanto posso sugerir a ele, penso que deveria dar início ao governo de transição e encomendar, imediatamente, à chancelaria uma sondagem para ver como os mais importantes países das relações comerciais do Brasil reagiriam à fusão.
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De qualquer modo, imagino que ele tenha uma equação nada fácil a resolver: como tirar, também do ambientalismo, o viés ideológico que há muito tempo faz do conservacionismo uma causa de bandeira vermelha...



Meu comentário na postagem de Dirceu Pio:

Eu sou contra a fusão, não sou político, não pertenço a nenhuma ONG ou Partido Politico embora fui convidado para ambos, mas neguei. 
Acho que sou apenas um Franciscano, pensamento de São Francisco de Assis, apenas isso. E que a natureza deve ser protegida sim, ou morreremos todos. 
Aqui na minha região os canaviais tomaram conta de quase todas as áreas agriculturáveis. 
Tive a curiosidade de perguntar para jovens como era um pé de arroz, eles não souberam dizer. Uma coisa eu concordo com você eu cansei de invocar o ART.225 CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA, PRINCIPIO DA PRECAUÇÃO CONTRA AS QUEIMADAS que todos os anos nos sufocam com a poluição do ar, dos rios com seus fortes agrotóxicos, das mortes das abelhas que morrem como moscas por causa dos "aviões de guerra" agrícolas que derramam sem critérios venenos em cima das propriedades alheias deixando em desespero os pequenos apicultores e agricultores que ainda teimam com a cultura tradicional na pecuária e alimento familiar. 
Além disso a morte terrível dos animais silvestres nestas queimadas. Concordo que o novo governo de Jair Messias Bolsonaro deve exigir que o MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE funciona como verdadeiro fiscalizador, não apenas uma faz de conta. 
MAS OS DOIS MINISTÉRIOS JUNTOS DA FORMA COMO ESTÁ SERIA UM DESASTRE atingindo o próprio agronegócio nas suas exportações, tanto é que eles mesmos afirmaram isso.


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